O senador Jayme Campos (União Brasil) se posicionou a favor do relatório rejeitou a chamada PEC da Blindagem. Jayme classificou a proposta como um "escândalo" e uma "excrescência", afirmando que nunca tinha visto, em seus 74 anos, uma matéria "tão fora de qualquer procedimento". As declarações foram feita em audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (24).
Jayme elogiou o conteúdo do parecer contrário, apresentado pelo relator da matéria, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que, segundo ele, fere a confiança do cidadão brasileiro. "Nós não podemos pactuar com os retrocessos do Brasil" – ele declarou. A PEC foi rejeitada pela unidade da comissão.
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Um dos primeiros a se manifestar contra a proposta, tão logo havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados, o senador criticou a PEC, que ele interpreta como um mecanismo de "autodefesa" que cria privilégios, estendendo proteções inclusive a presidentes de partidos políticos. Campos também aproveitou para manifestar preocupação com a proliferação de partidos no país, citando a existência de 34 siglas e a previsão de criação de mais 38.
Para o parlamentar, a rejeição da proposta pela CCJ é um passo para que a sociedade brasileira volte a acreditar no Parlamento. Ele acusou aqueles que apoiam a matéria de serem "irresponsáveis" e de buscarem proteção para "atos ilícitos que têm praticado, ou querem praticar".
Com a experiência de quem já ocupou os cargos de prefeito (por três vezes), governador de Mato Grosso e está no segundo mandato como senador, Jayme Campos afirmou se sentir "contemplado" com o relatório de Vieira, que considerou "perfeito". Campos finalizou seu discurso classificando a sessão como "histórica" para os registros do Senado Federal.
O senador contrastou a PEC da Blindagem com o que considera projetos verdadeiramente relevantes. Citou, como exemplo, o PL 1130/2025, de sua autoria, que destina recursos de loteria esportiva para auxiliar as casas e abrigo que atendem idosos, cuja maioria enfrenta graves dificuldades financeiras para atender essa clientela com dignidade.