O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) afirmou à bancada do PT na Câmara que o PL da Dosimetria das penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado beneficiará o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O relator da proposta de anistia, que virou o texto para tratar apenas de redução do tempo de prisão, reuniu-se com os correligionários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta quarta-feira (24/9) e prometeu uma prévia do parecer para segunda-feira (29/9).
“Será uma redução de penas para mandar essa turma para casa. Se me perguntar: ‘Reduz o Bolsonaro?’, reduz também. Não tem como tirar ele do relatório. Quem está em posição de mando e financiadores da tentativa de golpe terá uma pena maior”, afirmou Paulinho da Força na reunião. Ele ainda defendeu o fim da polarização e a pacificação na política.
Durante a reunião com a bancada do PT, o deputado Rubens Pereira Júnior (MA) elogiou a postura de Paulinho, afirmando que ele tem perfil conciliador. No entanto, o líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), interrompeu e brincou: “Quero ver se ele vai ter sucesso”.
O Projeto de Dosimetria foi o nome adotado pelo relator da proposta, o deputado Paulinho da Força. O texto original, defendido pelos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), previa uma anistia ampla, geral e irrestrita. A bancada do PL, a maior da Câmara, quer livrar o ex-mandatário de cumprir pena. O Supremo Tribunal Federal (STF) o condenou a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
Lula é contra
No dia anterior, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo Lula é contrário até mesmo à redução de penas. A articuladora política do Planalto conversou sobre a proposta com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O chefe da Casa quer superar o assunto o mais rápido possível, visando abrir caminho para outras pautas.
“A posição do governo sempre foi clara. Nós somos contra a anistia, votamos contra o requerimento de urgência. Se tiver um projeto, votaremos contra, assim como o projeto de redução de penas. Nós estamos com um processo que está em andamento no Supremo Tribunal Federal, que foi feito dentro das regras processuais, e não há por que mexer no processo agora”, afirmou Gleisi Hoffmann na terça-feira (23/9).