— Rio de Janeiro-CBN
Foto-Metrópoles
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou que a "boa química" entre Lula e Trump pode ajudar a destravar as negociações sobre o tarifaço. A declaração foi dada nesta quarta-feira (24) no Rio de Janeiro, durante um evento no BNDES.
Um dia após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Alckmin estava de bom humor e lembrou do passado dele como professor
"Dólar ajuda a baixar a inflação, recorde da bolsa, o mês passado tivemos deflação e safra agrícola recorde. Eu, que fui professor de cursinho de química orgânica, ontem, nos Estados Unidos, vimos uma boa química entre os presidentes. Então, acho que vai ajudar a buscarmos a melhor solução para resolvermos um tarifaço que não se justifica", disse.
Alckmin destacou que, do lado brasileiro, oito dos dez principais produtos importados dos EUA já entram sem tarifa. A tarifa média de entrada no Brasil, segundo ele, é de 2,7%. Apesar do anúncio de Trump sobre uma reunião, o vice-presidente disse que ainda não há data marcada, nem confirmação se o encontro será presencial ou por telefone.
As declarações foram dadas durante o evento que anunciou que o BNDES vai atuar mais ativamente no mercado de capitais, incluindo no mercado secundário.
O presidente do banco, Aloizio Mercadante, também disse que haverá uma nova fase de investimentos, com a venda de papéis de empresas consolidadas para focar no aporte a negócios inovadores. Mercadante lembrou da venda de ações da JBS e da Eletrobras, que ocorreu no primeiro semestre, mas afirmou que a Petrobras seguirá sendo uma das prioridades.
Tanto Alckmin quanto Mercadante se mostraram otimistas em relação à possibilidade de redução da taxa básica de juros nas próximas reuniões do Copom, devido à deflação de agosto e a outros cenários de estabilidade econômica. Se a boa química entre Lula e Trump for mantida, incertezas internacionais também podem deixar de ser um fator a ser considerado pelos analistas do Conselho de Política Monetária.