A revista Veja ligou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), ao diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato, preso pela Polícia Federal na Operação Rejeito por supostamente receber R$ 3 milhões em propinas. Segundo a reportagem, a mineradora G3, que pertencia as filhas e ao irmão de Carlos Fávaro, em Nova Lacerda (542 km de Cuiabá), foi beneficiada com a emissão de licenças 17 dias após Trivellato assumir o cargo.
A família do ministro detinha 45% das ações da empresa, os direitos restantes eram do desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Orlando Perri.
A G3 ocupa área de 313 hectares cercada por aldeias indígenas. Trivellato teria liberado a documentação após Fávaro assumir a relatoria do seu processo de indicação à ANM no Senado. À época, o ministro se licenciou da pasta da Agricultura e retornou à cadeira de senador para acelerar a discussão pelo nome de Caio Trivellato e votar em Flávio Dino, indicado pelo presidente Lula (PT) ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A Veja, inclusive, coloca Lula como articulador da movimentação.
Carlos Fávaro negou a trama. O ministro disse que deixou a Agricultura e assumiu a relatoria para colocar fim a um impasse político que havia na Casa quanto a ANM. Fávaro ainda pontuou que a G3 foi vendida, tentando afastar a família do escândalo. Mas a Veja sustenta que a concessão das licenças foram registradas há quatro meses, período em que as filhas do ministro ainda respondiam pela G3.
Além de Trivellato, a Operação Rejeito da PF prendeu outras 21 pessoas envolvidas em esquema que fraudou documentos para beneficiar minas. Os suspeitos são investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, além de crimes ambientais e contra a ordem econômica.
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