A eficiência da nutrição vegetal depende diretamente do funcionamento do solo e de suas condições físicas e biológicas. Segundo o biólogo Marcus Lourenço Polé, a compreensão desses fatores é essencial para explicar por que muitas lavouras permanecem desnutridas mesmo após receberem adubação. Ele destaca que a fertilização só se completa quando o ambiente onde a planta está inserida favorece o transporte e a absorção dos nutrientes.
O especialista explica que a água atua como meio fundamental para a movimentação de nutrientes por fluxo de massa e difusão. Pequenas reduções de umidade podem causar forte queda na condutividade hidráulica, interrompendo o transporte e limitando a absorção em solos secos. A temperatura do solo também interfere no processo, pois regula o metabolismo das raízes. Entre vinte e trinta graus ocorre a máxima eficiência, enquanto valores menores desaceleram as reações e valores maiores comprometem a atuação enzimática.
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A aeração é outro ponto relevante. O oxigênio sustenta o transporte ativo nas raízes e, quando há compactação ou encharcamento, instala-se um quadro de hipóxia que dificulta o metabolismo vegetal. A estrutura e a textura influenciam retenção, difusão e circulação de ar, água e raízes, sendo que agregados estáveis e presença de matéria orgânica formam a base da fertilidade. Lourenço acrescenta que o solo vivo, rico em microrganismos da rizosfera, exerce papel decisivo ao solubilizar minerais, equilibrar o pH e ampliar a disponibilidade de nutrientes como fósforo, zinco e cobre.
O biólogo afirma que a nutrição vegetal é resultado da interação entre física, química e biologia, e reforça que o desempenho das plantas depende menos do aumento de insumos e mais da capacidade do solo de trabalhar em conjunto com o cultivo.
















