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Mais competitivo

Brasil pode ampliar importação de trigo argentino e derrubar preços

Desvalorização do dólar frente ao real torna o trigo importado mais competitivo

Administração

 

 
Agrolink - Aline Merladete
 
Foto: Divulgação

Os preços do trigo seguem sob pressão no mercado brasileiro, em um cenário marcado por oferta farta, expectativas positivas para a atual temporada e câmbio menos favorável às exportações. Levantamento do Cepea indica que as cotações do cereal continuam enfraquecidas, refletindo tanto fatores internos quanto o aumento da disponibilidade de produto no mercado internacional. 

De acordo com os pesquisadores do Cepea, a oferta nacional é hoje um dos principais vetores de queda nos preços do trigo. A colheita em importantes regiões produtoras e as boas perspectivas de produtividade nesta temporada elevam a disponibilidade interna de grãos. Com mais produto no mercado, compradores exercem maior poder de barganha e pressionam por negociações em patamares mais baixos.

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Outro ponto que pesa sobre o trigo brasileiro é o comportamento do câmbio. A desvalorização recente do dólar frente ao real torna o trigo importado mais competitivo em relação ao produto nacional. Diante dessa relação de preços, agentes de moinhos e indústrias tendem a comparar com mais intensidade o custo do trigo externo, o que reforça o movimento de tentativa de compra do cereal brasileiro a valores menores. 

No cenário global, o ambiente também é de ampla oferta. Dados divulgados neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% na safra 2025/26, alcançando o volume recorde de 828,89 milhões de toneladas. Esse incremento adiciona pressão baixista às cotações internacionais e limita movimentos de recuperação de preços.

Na América do Sul, a Argentina se destaca como peça importante na formação das referências para o Brasil. A Bolsa de Cereales revisou para cima sua estimativa de produção, agora projetada em 24 milhões de toneladas, também um recorde. Com maior disponibilidade do cereal argentino, a concorrência no Mercosul se acentua e ganha relevância nas contas dos compradores brasileiros.

Os pesquisadores do Cepea ressaltam que esse conjunto de fatores evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil ampliar as importações de trigo da Argentina. Caso esse fluxo se intensifique, a tendência é de manutenção da pressão sobre os preços mundiais e, por consequência, sobre as cotações praticadas no mercado interno. Produtores, cooperativas e indústrias devem seguir atentos ao câmbio, ao ritmo de colheita e ao avanço das importações na formação dos preços ao longo da safra.

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