A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) vão promover, entre os dias 10 e 12 de novembro, em Cáceres (MT), a “COP Pantanal – Saberes e Ações pelo Clima”, evento paralelo à COP30, que será aberta em 10 de novembro, em Belém (PA). A iniciativa tem o objetivo de chamar atenção para a importância e as peculiaridades do bioma Pantanal em meio às urgências das mudanças climáticas.
O encontro conta com o apoio do Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FMTCIA), coordenado pelo Ministério Público Federal (MPF), e busca criar uma plataforma de diálogo plural entre comunidades tradicionais, o setor público e privado, movimentos sociais e instituições de ensino.
O procurador-chefe do MPF em Mato Grosso, Ricardo Pael Ardenghi, destacou a relevância da iniciativa.
“A importância de tal encontro reside em democratizar as discussões sobre mudanças climáticas, garantir a participação ativa e o protagonismo das comunidades tradicionais do Pantanal na construção de soluções sustentáveis, e fortalecer o diálogo colaborativo e plural entre diversos setores da sociedade civil e o setor público para avançar na agenda climática global rumo à COP30”, afirmou.
Agrotóxicos e mudanças climáticas
Um dos temas centrais da COP Pantanal será o impacto dos agrotóxicos sobre o bioma.
“Os agrotóxicos e as mudanças climáticas formam um ciclo vicioso perigoso: o aumento da temperatura e da frequência de eventos climáticos extremos intensifica os efeitos nocivos dos agrotóxicos, enquanto o uso desses produtos agrava a perda de biodiversidade e a contaminação da fauna, da flora e das águas, comprometendo a capacidade de adaptação dos ecossistemas e da saúde humana”, explicou o procurador da República Gabriel Infante Magalhães Martins, coordenador do fórum.
Participação e diálogo científico
Para o professor da Unemat e organizador do evento, Ernandes Sobreira, a COP Pantanal pretende reunir pesquisadores, estudantes, autoridades e comunidades locais para pensar soluções conjuntas.
“O Pantanal é um patrimônio mundial e precisa estar no centro das discussões globais, principalmente considerando sua sensibilidade às alterações causadas pelo ser humano. Vamos mostrar como ciência, sociedade e natureza podem caminhar juntas no enfrentamento às mudanças climáticas”, disse.
Pantanal no centro da agenda global
A escolha das datas está alinhada à COP30, que será realizada entre 10 e 21 de novembro, em Belém. Ao ocorrer simultaneamente ao encontro global, a COP Pantanal busca consolidar o bioma como tema estratégico na agenda internacional sobre o clima.
Durante os três dias de programação, estão previstas palestras, oficinas, painéis de debate, uma audiência pública e a construção coletiva da “Carta do Pantanal”, documento que reunirá compromissos e propostas regionais para integrar agendas climáticas nacionais e internacionais.
O Pantanal é reconhecido como um dos maiores reservatórios naturais de carbono do planeta e atuante na regulação hídrica em escala continental. As secas prolongadas e queimadas dos últimos anos têm afetado gravemente o equilíbrio do bioma e seus vizinhos.
Ao sediar a COP Pantanal, Mato Grosso busca reforçar seu papel nas discussões ambientais globais, dando visibilidade às vozes pantaneiras e permitindo que comunidades locais dialoguem diretamente com líderes e tomadores de decisão que estarão reunidos na COP30.
SERVIÇO:
Datas: 10 a 12 de novembro
Horário: 8h às 22h
Local: Auditório Maria Sophia Leite, na SEMATUR, Cáceres (MT)
Inscrições: até 10 de novembro, gratuitas
Realização: Unemat e IFMT
Inscrições: meuevento.unemat.br/coppantanal-634175