Servidores do Ministério Público da União (MPU) realizaram, na última quarta-feira (17), uma paralisação nacional para reivindicar reajuste salarial e igualdade de direitos em relação ao Judiciário. O movimento, coordenado pelo Sindicato Nacional da categoria (SindMPU), ocorreu em diversos estados do país e contou, em Mato Grosso, com a participação de servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério Público Federal (MPF), que aderiram tanto em Cuiabá quanto em unidades do interior.
Entre as principais pautas estão a inclusão, no orçamento do MPU, de um reajuste de 8% ao ano entre 2026 e 2028 – percentual já aprovado para o Judiciário – e o envio ao Congresso Nacional do projeto de lei que atualiza o Adicional de Qualificação (AQ), bônus concedido a servidores com graduação, pós, mestrado e doutorado, também já reajustado no Judiciário.
De acordo com Keila Rodrigues do Prado, diretora executiva do SindMPU em Mato Grosso, a mobilização busca não apenas melhores salários, mas também a valorização da carreira. “Desempenhamos funções equivalentes às do Judiciário e, ainda assim, seguimos sendo tratados com desigualdade. Isso compromete a valorização da nossa carreira e enfraquece o próprio Ministério Público”, afirmou.
Os servidores ressaltam que a paralisação impacta diretamente a sociedade, já que a falta de valorização prejudica a qualidade do serviço público prestado. O MPU atua em áreas fundamentais como saúde, educação, meio ambiente, relações de trabalho e combate à corrupção. “Sem valorização e investimento nos seus quadros técnicos, a instituição corre o risco de perder eficiência, qualidade e capacidade de resposta diante das demandas da sociedade. Desvalorizar seus servidores é enfraquecer uma das instituições mais essenciais à democracia brasileira”, completou Prado.