O Ministério Público de Mato Grosso denunciou o policial militar Ricker Maximiano de Moraes por feminicídio qualificado, com agravantes como violência doméstica, presença de descendentes, a condição materna da vítima e o uso de recurso que dificultou a defesa. Gabrieli Daniel de Sousa, de 31 anos, foi executada com três tiros dentro de casa, no bairro Praeirinho, em Cuiabá, na frente dos dois filhos do casal, de apenas dois e cinco anos.
O crime ocorreu no dia 25 de maio. Conforme a denúncia, Gabrieli foi surpreendida com tiros no rosto, tórax e joelho, morrendo na hora em decorrência de choque hemorrágico. Após o assassinato, Ricker fugiu levando as crianças, que foram deixadas na casa dos avós paternos. O policial se apresentou mais tarde às autoridades.
Além da condenação pelo Tribunal do Júri, o MPMT requereu a reparação por danos morais e materiais às vítimas, a perda da graduação militar e a exclusão definitiva do réu da Polícia Militar, caso seja condenado. O órgão também pediu a juntada de certidões, antecedentes, laudos balísticos e de celular, bem como a apuração de eventual fornecimento irregular da arma utilizada. A Corregedoria-Geral da PM foi oficiada.
Desde o crime, a família materna de Gabrieli denuncia a omissão dos avós paternos, que esconderam das crianças a morte da mãe, dizendo que ela estaria viajando. A avó materna, Noemi Daniel, assumiu a guarda provisória dos netos por decisão judicial e revelou que a filha foi velada com o rosto deformado. A perícia, porém, apontou que os ferimentos decorreram dos disparos e do procedimento de necropsia.
