O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do ex-assessor especial da Presidência da República, Marcelo Costa Câmara, que trabalhou com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Câmara foi preso em Sobradinho, cidade do Distrito Federal. Ele era um dos assessores mais próximos de Bolsonaro.
Segundo Moraes, Câmara descumpriu medidas cautelares impostas no inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado.
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Coronel Marcelo Câmara e Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução e REUTERS/Adriano Machado
Ainda de acordo com o ministro, o comportamento revela "completo desprezo por esta SUPREMA CORTE e pelo Poder Judiciário".
O ministro cita informações prestadas pela própria defesa de Câmara que indicam o descumprimento de duas determinações expressas: a proibição de utilização de redes sociais, seja de forma direta ou indireta, e a vedação de manter qualquer tipo de contato com os demais investigados, inclusive por intermédio de terceiros.
Para Moraes, as evidências apontam para a continuidade das práticas ilícitas investigadas e podem agravar a situação processual de Câmara no âmbito da Petição 12.100/DF, uma das principais frentes da investigação sobre a trama golpista.
Investigação do advogado
Moraes também determinou a abertura de um inquérito para investigar o advogado Eduardo Kuntz, que atua na defesa de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor especial da Presidência no governo Bolsonaro.
Moraes vê indícios de tentativa de obstrução da investigação que apura uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado.
Segundo o despacho, “a tentativa, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indicam o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu Marcelo Costa Câmara, em tentativa de embaraço às investigações”.