O promotor de Justiça Marcelo Linhares Ferreira solicitou o acesso e a extração de dados e mídias digitais contidos nos aparelhos de Janaina Carla Portela Santin, de 43 anos, e do marido dela, Fábio Teixeira Santin, de 44 anos. A psicóloga foi encontrada morta baleada na cabeça na segunda-feira (16) e Fábio é considerado o principal suspeito e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na terça (17).
O pedido referenda a solicitação da Polícia Civil para o acesso aos dados dos celulares apreendidos na cena do crime, na casa do casal. O MP quer que a investigação acesse as informações já armazenadas no aparelho, como mensagens trocadas, fotos, vídeos, histórico de chamadas, etc.
A justificativa apresentada é a necessidade de verificar a "real dimensão do envolvimento" do suspeito com o crime. O MP solicitou que os aparelhos sejam encaminhados à Politec para a extração das informações e, posteriormente, ao Núcleo de Inteligência da Polícia Civil para análise e elaboração de relatório.
Na descrição o promotor esclarece que existe uma "ponderação de bens em conflito": o direito à intimidade é "sacrificado" em favor de um interesse maior, que é a "apuração da verdade real" para proteger a sociedade.
INVESTIGAÇÃO
O caso é tratado pelas autoridades policiais e judicias como um feminicídio, depois de afastada a hipótese de suicídio como alegado inicialmente pelo marido da psicóloga. Na tarde do crime, após disparos, a primeira equipe a chegar no local foi do Corpo de Bombeiros Militar, encontrando Janaina morta, e Fábio ferido na perna, alegando ter sido ferido pela esposa que depois atirou em si mesma.
Após a chegada das forças de segurança, Fábio apresentou versões contraditórias para a morte de Janaina. Considerando esse fato e que o marido é lutador de jiu-jitsu e ex-integrante da Força Aérea, o que na visão dos investigadores denota que teria maior vantagem e força física sobre a vítima.