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MÁFIA DOS CAÇA-NÍQUEIS

Arcanjo se livra de ação por duplo assassinato de empresários na Avenida do CPA

Após mais de 20 anos sem condenação definitiva, Justiça de Cuiabá reconhece prescrição da pretensão punitiva contra ex-bicheiro acusado de mandar matar dois empresários

Conteúdo Hipernotícias
Da Redação

A juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, do 1ª Vara Criminal de Cuiabá, declarou a extinção da punibilidade de João Arcanjo Ribeiro, um dos acusados no caso de duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra os empresários Rivelino Jacques Brunini e Fauze Rachid Jaudy ocorrido em junho de 2002, na capital. A decisão, do dia 19 de novembro reconheceu a prescrição da pretensão punitiva do Estado.

A defesa do comendador requereu o reconhecimento da prescrição, argumentando que já se passaram mais de duas décadas desde os fatos sem que houvesse condenação definitiva. O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), por sua vez, sustentou que os crimes dolosos contra a vida seriam imprescritíveis.

No entanto, a juíza rejeitou essa tese, alegando que a Constituição Federal prevê apenas duas hipóteses de imprescritibilidade, ou racismo e ações de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito, como é o caso dos atentados de 8 de janeiro de 2023.

“Não havendo previsão constitucional expressa quanto à imprescritibilidade dos crimes dolosos contra a vida, não cabe ao intérprete criar nova hipótese de imprescritibilidade por via interpretativa”, afirmou a magistrada, que considerou o fato de que Arcanjo já tem mais de 70 anos.

A juíza também esclareceu que decisões posteriores, como a que determinou novo julgamento pelo Tribunal do Júri em setembro de 2024, não têm natureza condenatória e, portanto, não interrompem a prescrição.

LEIA MAIS: Arcanjo é condenado a 44 anos e dois meses de prisão pelo Tribunal do Júri

O CRIME
O empresário Rivelino Jacques Brunini, apontado como integrante de uma rede de caça-níqueis, foi assassinado a tiros em frente a uma oficina mecânica na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, junto com Fauze Rachid Jaudy, que o acompanhava no dia 5 de junho de 2002. O comerciante Gisleno Fernandes, atingido por engano, sobreviveu após ser baleado.

Segundo as investigações, o ataque foi comandado pelo ex-policial militar Cabo Hércules, conhecido pistoleiro, a mando do ex-bicheiro João Arcanjo, que controlava o mercado de caça-níqueis e jogo do bicho na capital. Brunini teria se tornado alvo por tentar romper o monopólio de Arcanjo no setor.

O caso se arrastou por mais de duas décadas nos tribunais. Em 2012, Hércules foi condenado a 45 anos de prisão. Três anos depois, Arcanjo recebeu pena de 44 anos pelo duplo homicídio e pela tentativa de homicídio. Outros envolvidos também foram sentenciados. No entanto, em 2019, o Tribunal de Justiça anulou o júri que havia condenado Arcanjo, determinando novo julgamento.

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