Davi Lemos - Bnews
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O advogado Jales Java dos Santos Lacerda Caliman, que representava a si mesmo em um julgamento na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), protagonizou um episódio incomum nesta terça-feira (15). Durante uma sustentação oral, ele misturou jogou capoeira e também recitou versos na tentativa de convencer os desembargadores a trancar um processo criminal contra ele e apagar outros 20 registros penais de sua ficha.
Apesar da performance, o pedido foi indeferido por unanimidade. Jales Java é réu por se recusar a usar máscara dentro da UPA de Ceres e também responde por ameaça, desobediência, desacato, infração sanitária, inovação artificiosa e porte de drogas para uso pessoal.
]“Excelência, peço licença para falar com poesia, pois quando a lei é quebrada, a palavra ganha ousadia. Foi prisão de um advogado, sem a OAB estar presente. Rasgaram a lei no ato, de forma mais que evidente”, declamou o advogado da tribuna. Após fazer movimentos de capoeira, disse: “A gente leva rasteira, tem delas que vem pra matar. Mas quando a rasteira não mata, aproveite pra se levantar.”
A relatora do caso, desembargadora Rozana Camapum, considerou os pedidos juridicamente infundados. Segundo a magistrada, o “direito ao esquecimento” não se aplica a registros verídicos já encerrados ou prescritos. A magistrada considerou legítima a denúncia e o flagrante legal, rejeitando a tese de que a OAB deveria ter acompanhado a detenção.
No fim da sessão, o clima esquentou. Java alegou estar sendo ameaçado por policiais dentro do tribunal. A desembargadora reagiu: “O senhor está reclamando de quê especificamente? Tem algum policial aqui te perseguindo? As pessoas aqui nem te conhecem”.
Davi Lemos - Bnews