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Especialista explica

'Violação da soberania venezuelana só ocorre se navios ultrapassarem o mar territorial'

Em entrevista, Pedro Mendes Martins, pesquisador de geopolítica, analisou a movimentação de tropas dos EUA na costa da Venezuela.

Por 
Redação-CBN
Foto-O Globo

 

O envio recente de navios de guerra dos Estados Unidos para as proximidades da costa da Venezuela tem provocado apreensão na região e gerado debates sobre as reais intenções americanas e possíveis violações de soberania.

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Para entender esse cenário, o Jornal da CBN conversou com Pedro Mendes Martins, especialista em geopolítica e doutorando em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Segundo Pedro, a atual administração americana é marcada por certa imprevisibilidade de Donald Trump adotando posturas muitas vezes midiáticas, que complicam a análise de seus movimentos estratégicos. 

"A administração Trump é marcada pela imprevisibilidade. Eu acho que nem mesmo a cúpula do governo americano consegue entender 100% os motivos pelos quais o Trump age. Ele é um típico showman, então ele faz muitas vezes algumas atitudes para justamente entrar em evidência, disfarçar de algum tamanho incômodo para ele, então isso é uma marca muito importante da administração Trump, que dificulta a análise desses eventos." 

Além disso, o especialista aponta motivos internos para as ações na região: os Estados Unidos enfrentam uma grave epidemia de drogas, especialmente de fentanil. O governo americano também acusa o regime venezuelano de usar o tráfico de drogas para burlar sanções e manter-se no poder, o que justifica, segundo Washington, uma postura mais dura na região.

No entanto, essa narrativa gera desconfiança entre países vizinhos da Venezuela, que temem que o pretexto do combate às drogas sirva para justificar uma possível intervenção estrangeira. 

"A gente está falando de uma região que tem um histórico muito grande de intervenções estrangeiras, não só na época da Guerra Fria, mas desde a época da segunda metade do século XIX. Então, muitos países estão preocupados e com medo de que essa questão das drogas seja simplesmente uma questão de uma desculpa para você interferir em assuntos internos dos países latino-americanos." 

Quanto à legalidade das operações militares americanas, Pedro esclarece que não há violação de soberania desde que as forças estrangeiras não entrem no mar territorial venezuelano, definido pela convenção internacional como uma faixa de até seis milhas náuticas da costa.

 

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