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Sonho da casa própria

Renda mais alta faz moradia melhorar, mas brasileiro fica mais dependente do aluguel, diz IBGE

Em 2024, quase um quarto dos brasileiros vivia de aluguel, um aumento de quase 5 pontos percentuais em oito anos.

Por Janize Colaço, g1 — São Paulo
Foto-G1-Globo
 
 
 

Apesar do aumento da renda ao longo do tempo e da melhoria nas condições de moradia, o acesso à casa própria continua sendo um desafioEm 2024, quase um quarto dos brasileiros vivia de aluguel, um aumento de quase 5 pontos percentuais em oito anos.

Os imóveis alugados eram 18,4% dos domicílios em 2016. No ano passado, a proporção subiu para 23%, um aumento de 4,66 p.p. no período. 

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Os domicílios próprios e pagos seguem sendo a maioria, mas sua participação caiu 5,2 p.p., passando de 66,8% para 61,6% das moradias. A mesma tendência foi observada entre os imóveis próprios que ainda estão sendo pagos, que eram 6,2% e caíram para 6%. 

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Distribuição dos domicílios por condição de ocupação — Foto: Arte/g1

Distribuição dos domicílios por condição de ocupação — Foto: Arte/g1

O levantamento “Características gerais dos domicílios e moradores 2024” identificou 77,3 milhões de moradias no ano passado — um aumento de 1,7% em relação a 2023 e de 15,6% em comparação a 2016. 

  • A região Sudeste concentrou a maior parte dos domicílios, com 43,1% do total, o equivalente a 33,3 milhões de unidades;
  • Nordeste respondeu por 26,3% (20,3 milhões), enquanto o Sul ficou com 15,1% (11,7 milhões);
  • Já as menores participações vieram do Centro-Oeste, com 8% (6,2 milhões), e do Norte, com 7,6% (5,9 milhões). 

Embora o avanço da participação das moradias alugadas pareça pouco expressivo, ao olhar para números absolutos é possível ver o verdadeiro tamanho: passou de 12,3 milhões, em 2016, para 17,8 milhões de domicílios em 2024, um aumento de 45,4%. 

“É um indício de alta concentração de riqueza”, afirma William Kratochwill, analista da pesquisa PNAD Contínua. 

Segundo ele, o país passa por um momento histórico e social em que nem todas as camadas sociais têm oportunidades para adquirir imóvel, precisando partir para o aluguel. 

“Quando há também um processo muito longo de inflação, e salários reduzidos, vai se criando dificuldades de alavancar patrimônio de maneira a conseguir a casa própria.” 

Cresce a participação de apartamentos 

A PNAD Contínua também mostrou mudanças no tipo de moradia dos brasileiros. Entre 2016 e 2024, as casas, embora ainda predominantes, perderam espaço, enquanto os apartamentos ganharam participação, com alta de 1,6 ponto percentual.

Distribuição dos domicílios por tipo — Foto: Arte/g1

Distribuição dos domicílios por tipo — Foto: Arte/g1 

Kratochwill avalia que esse movimento reflete uma tendência nacional: a concentração de moradias em áreas urbanas, impulsionada, principalmente, pela construção de prédios.

“As pessoas querem viver próximas do trabalho e dos serviços. Como o espaço da terra é limitado, aumenta a utilização do mesmo espaço e incentiva a construção de prédios para apartamentos.” 

Do total de domicílios analisados pela PNAD, aqueles com acesso à rede geral de abastecimento de água correspondia a 86,3% (66,7 milhões).

Entre essas moradias, 88,4% tinham disponibilidade diária de água, enquanto para 5% a frequência era de 4 a 6 dias na semana, enquanto para 4,6% a frequência era de 1 a 3 dias na semana.

Disponibilidade da rede geral de distribuição de água diária — Foto: Arte/g1

Disponibilidade da rede geral de distribuição de água diária — Foto: Arte/g1

 

A região Nordeste apresentou a menor cobertura (72,6%), sendo o estado do Pernambuco a unidade da federação com o menor percentual (44,3%).

Por outro lado, a região Sul tem a maior cobertura (95,8%), embora a maior incidência seja no Distrito Federal (98,2%).

Já o acesso à energia elétrica nos domicílios atingiu a cobertura de 99,8% das unidades dispondo desse serviço. Em 99,3% do total das moradias (76,9 milhões), a energia elétrica era proveniente da rede geral, e a disponibilidade era em tempo integral em 98,4% dos casos (75,6 milhões).

Em relação à rede geral de esgoto ou fossa séptica, 70,4% dos domicílios brasileiros contavam com o serviço. A região Sudeste é a que conta com a maior disponibilidade (90,2%), enquanto a região Norte é a que apresenta o menor percentual (31,2%).

Acesso à rede geral de esgoto ou fossa séptica — Foto: Arte/g1

Acesso à rede geral de esgoto ou fossa séptica — Foto: Arte/g1 

Maiores rendimentos, melhores condições 

A PNAD também avaliou a presença de bens nos domicílios, como forma de identificar o padrão de vida e as condições socioeconômicas das famílias.

Item de necessidade básica dos brasileiros, a geladeira continua sendo o bem mais presente nos lares, passando de 98% em 2016 para 98,3% em 2024.

No entanto, um item que apresentou uma evolução mais acentuada, e indica uma melhoria na condição de renda da população, visto que vai além da necessidade básica, foi máquina de lavar, que avançou de 63% para 70,4% no mesmo período. 

“A posse de um bem indica poder de compra. Quando esse índice cresce, reflete o aumento da renda. A PNAD vem mostrando essa evolução no rendimento dos brasileiros ao longo dos anos”, resume o analista do IBGE. 

Kratochwill destaca que o acesso a itens como a máquina de lavar roupa, além de refletir uma melhora na renda, também sinaliza avanços no bem-estar da população. “O tempo antes dedicado a essa tarefa pode ser usado em outras atividades do dia a dia.”

Outro bem que se tornou mais comum nos domicílios brasileiros foi o automóvel. Em 2016, carros estavam presentes em 47,6% dos lares, motos em 22,6%, e ambos os veículos em 10,7%. No ano passado, a presença de carros subiu para 48,8%, a de motos para 25,7%, e a de ambos para 13,4%. 

 

O analista do IBGE reforça que esse crescimento também reflete uma melhora nos rendimentos, já que os automóveis são bens de maiores valores. "Para comprar esses bens, costuma-se exigir uma entrada mais significativa e acesso a crédito para financiamentos."

Segundo o IBGE, 65 mil famílias vivem em moradias precárias no território gaúcho — Foto: Reprodução/RBS TV

Segundo o IBGE, 65 mil famílias vivem em moradias precárias no território gaúcho — Foto: Reprodução/RBS TV

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