Segundo fontes do governo ouvidas pela CNN, Trump quer dar um recado muito claro de que pode, se quiser, usar até mesmo a força para impedir que esses países adotem medidas que contrariem os interesses ideológicos ou econômicos do seu governo.
Na lista estariam Colômbia, México, Panamá e, claro, também o Brasil – que resiste às tentativas de interferência de Trump na política e na soberania do país.
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Embora lembrem que Trump é muito imprevisível, as fontes do governo ouvidas pela CNN não acreditam, no entanto, que a Casa Branca tenha planos de invadir a Venezuela ou fazer algum tipo de ação militar mais contundente contra o ditador Nicolás Maduro. Pelo menos por enquanto.
A ideia dos americanos seria reafirmar e ilustrar com um elemento de força – como são os navios de guerras e os milhares de marines que eles transportam – a proposta de manter as nações da região sob influência estratégica de Washington.
Algo parecido como o que foi a Doutrina Monroe, anunciada ainda no século 19.
Um dos principais articuladores dessa estratégia de intimidação é o secretário de Estado, Marco Rubio. Filho de imigrantes cubanos que se opuseram à revolução liderada por Fidel Castro, Rubio é um dos políticos mais abertamente hostis a governos de esquerda na América Latina.
Tensões nas relações bilaterais
No caso da Colômbia, as tensões estão ligadas à questão da imigração e ao combate à produção de cocaína – exatamente o mesmo problema utilizado por Trump para tentar justificar o envio dos contratorpedeiros para as águas venezuelanas.
Mas também é importante observar que o presidente Gustavo Petro, um dos principais líderes de esquerda do continente, também tem sido muito vocal em suas críticas ao líder americano.
Washington observa com desconfiança a ampliação da presença econômica da China em torno do Canal do Panamá e pressiona por maior alinhamento estratégico.
Além disso, os Estados Unidos responsabilizam o Panamá pelo intenso trânsito de migrantes na região do Darién, na fronteira com a Colômbia, considerado um dos principais corredores da rota em direção à América do Norte.
O México, por sua vez, tornou-se um dos principais focos de desgaste na região. A fronteira e a questão migratória estão no centro do discurso político de Trump desde o início de sua carreira.
Mas a pressão sobre o governo da também esquerdista Claudia Sheinbaum se intensificou nos últimos tempos por causa da crise do fentanil, que se tornou um dos maiores problemas de saúde pública dos EUA.
Trump e Rubio chegaram a ameaçar dar ordens aos militares americanos para bombardear locais associados aos narcotraficantes no país vizinho.
Segundo as fontes ouvidas pela CNN, tudo isso faz parte do mesmo pacote para a Casa Branca, que quer dar um recado claro aos vizinhos: os Estados Unidos não tolerarão políticas que afastem a região de sua órbita de influência.