A Rússia lançou, nesta segunda-feira (10), um ataque aéreo em larga escala contra a Ucrânia, utilizando mísseis hipersônicos Kinzhal, mísseis teleguiados S-300 e S-400, além de dezenas de drones kamikaze Shahed.

A ofensiva, segundo autoridades ucranianas, teve como alvo posições militares e infraestrutura crítica em diversas regiões do país.

De acordo com o comando da Força Aérea da Ucrânia, o ataque envolveu:

2 mísseis hipersônicos Kinzhal
5 mísseis guiados S-300/S-400
67 drones, dos quais 40 eram do tipo Shahed

A defesa aérea ucraniana afirmou ter interceptado 52 dos 67 drones lançados. Os demais atingiram nove localidades diferentes, causando danos ainda em avaliação.

“O inimigo continua a usar mísseis de alta velocidade e drones de ataque para atingir nossas cidades e infraestrutura. A maioria foi abatida, mas alguns conseguiram escapar das defesas”, informou o comando ucraniano em comunicado oficial.

O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, declarou ter derrubado 71 drones ucranianos em dez regiões, incluindo a Crimeia, território anexado por Moscou em 2014.

“As forças russas repeliram uma tentativa de ataque em larga escala com veículos aéreos não tripulados”, disse o porta-voz da pasta, Igor Konashenkov.

O ataque ocorre em meio ao agravamento das tensões no front sul, especialmente nas regiões de Zaporíjia e Kherson, onde combates intensos têm sido registrados nas últimas semanas. A escalada do uso de mísseis hipersônicos preocupa analistas militares.

“O Kinzhal é um armamento de difícil interceptação, capaz de atingir velocidades superiores a Mach 10. Seu uso demonstra uma clara intenção de Moscou em ampliar a pressão sobre Kiev”, afirmou Mykola Bielieskov, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos Estratégicos da Ucrânia.

Velocidade Mach 10 significa que um objeto está se movendo a dez vezes a velocidade do som — cerca de 12.240 km/h ao nível do mar.

Até o momento, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não se pronunciou oficialmente sobre o ataque. Fontes do governo indicam que uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional foi convocada para avaliar a situação e definir medidas de resposta.

A escalada militar ocorre em paralelo às negociações diplomáticas estagnadas e ao aumento da presença de tropas russas em áreas estratégicas. A comunidade internacional acompanha com preocupação os desdobramentos do conflito, que entra em seu terceiro ano sem perspectivas de cessar-fogo.