Depois de cerca de 20 dias, as empresas de autopeças brasileiras começaram a receber uma autorização excepcional do governo chinês para retomar a importação de semicondutores. Com isso, o fornecimento de semicondutores para a produção de carros no Brasil começou a ser normalizado na última sexta-feira (7), diminuindo o risco de paralisação nas montadoras brasileiras.
A CBN apurou que o risco é pequeno, apesar de ainda não estar completamente eliminado.
O governo Xi Jinping estabeleceu dois tipos de exceção diferentes às empresas brasileiras: as autopeças que têm fábrica na China e no Brasil ganharam uma espécie de prioridade e poderão furar o embargo às importações. Aquelas que não tem fábricas no país asiático começaram a conseguir uma licença especial via Ministério do Comércio chinês. Esse canal direto de negociação junto ao governo chinês foi antecipado pela CBN no dia 1º de novembro.
Com as duas medidas, as empresas de autopeças que mais importam semicondutores no Brasil já começam a prever a normalização do abastecimento.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) informou à CBN que o fornecimento de semicondutores ao Brasil está sendo normalizado e que a pasta monitora a situação junto às empresas afetadas.
Em nota, Igor Calvet, presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), informou à CBN que a situação melhorou, mas ainda não foi normalizada. E avalia que a indústria automotiva não será afetada se não houver interrupção novamente nas importações.
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Lula durante encontro com presidente chinês, Xi Jinping. — Foto: Ken Ishii / POOL / AFP
No final de outubro, a Anfavea alertou que a escalada na disputa comercial dos Estados Unidos com a China poderia levar à paralisação na produção de carros por aqui. Isso porque a China interrompeu todas as exportações de semicondutores depois que o governo holandês assumiu o controle de uma empresa subsidiaria da chinesa Nexperia. Ela é responsável por produzir cerca de 40% dos semicondutores usados em todo o mundo. Atualmente, um carro novo conta com mil a 3 mil semicondutores no processo de produção.
Depois do alerta das empresas, o MDIC se reuniu com o embaixador chinês no Brasil e com o embaixador brasileiro na China. Essas conversas viabilizaram a criação dos canais diretos junto ao governo Xi Jinping para excluir o Brasil do embargo chinês.

















