O agronegócio brasileiro segue como um dos pilares da economia nacional e acaba de atingir um marco histórico ao representar 26% do total de trabalhadores em todo o país, segundo levantamento do Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Nicole Rennó, pesquisadora da área de macroeconomia da instituição, lembra que o mercado do Brasil como um todo tem alcançado recordes desde o pós-pandemia — como taxa de desemprego em patamares historicamente baixos. Além de acompanhar esse cenário, o setor rural também passa por uma modernização, com menos demanda de ocupação diretamente no campo.
“Isso não quer dizer que o impacto econômico desse setor na geração de empregos está diminuindo, pelo contrário, como a gente vê no levantamento do Cepea. O dinamismo, o volume de produção e a própria modernização que incentiva toda uma indústria de insumos também contribuem para ocupações no setor”, explica ao Record News Rural desta quarta-feira (8).
Somado a esse cenário, o levantamento revela mudanças no perfil da mão de obra dos negócios. A tendência mais marcante, segundo Rennó, é a absorção de trabalhadores com alta qualificação. Por outro lado, ainda há desafios como a informalidade e baixa participação feminina. “Ainda é um setor predominantemente masculino, principalmente dentro da porteira”, ressalta.
Para o fechamento de 2025, a expectativa é de consolidação das tendências, como mais produção de insumos, menos trabalhadores no campo e crescimento dos agrosserviços e da agroindústria. Esse segmento sofreu com crises em 2014 e durante a pandemia, mas se recuperou nos últimos três anos. “Agroindústria gera por volta de quatro milhões de ocupações, é muita coisa, e vinha estagnada”, completa a pesquisadora.