Desde a paralisação do governo federal por conta da falta de acordos no Senado da votação do Orçamento de 2026, os aeroportos dos Estados Unidos convivem com filas e confusões por conta dos constantes atrasos e cancelamento de voos.
A situação ocorre pela escassez de funcionários da Administração Federal de Aviação. Nessa semana, diversos veículos de imprensa americanos destacam que a situação piorou.
Atrasos devido à escassez de pessoal de controladores de tráfego aéreo foram relatados em aeroportos de Boston; Filadélfia; Nashville, Tennessee; Houston; Chicago; e Las Vegas, disse a agência.
Os atrasos ocorreram logo após lentidão nos aeroportos de Denver, Phoenix, Burbank, Califórnia, e Newark, Nova Jersey. Segundo a Administração Federal de Aviação, alguns controladores aéreos começaram a trabalhar sem remuneração por conta da paralisação.
Enquanto isso, a Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo lembrou aos membros que não 'endossa, apoia ou tolera' a participação de funcionários federais em atividades coordenadas que possam afetar a segurança do voo ou causar atrasos.
'Participar de uma ação trabalhista pode resultar na remoção do serviço federal', escreveu o sindicato no seu site oficial.
Apesar dos atrasos e alguns cancelamentos, ainda não há uma diretriz oficial para a redução do número de voos. Mesmo assim, o número vem aumentando nos últimos dias. No sábado (4), por exemplo, foram cerca de três mil casos. Enquanto isso, na segunda (6), esse número dobrou.
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. — Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP
Apenas na manhã de terça (7) foram mais de mil episódios.
Na noite de terça-feira, o Aeroporto Internacional de Nashville estava enfrentando atrasos de cerca de duas horas devido a problemas de pessoal, informou a Administração Federal em seu site.
No Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago, os atrasos foram em média de 41 minutos na terça-feira (7) devido à falta de pessoal.
O Senado novamente não conseguiu aprovar a legislação na segunda (6), o que reabriria o governo. Ainda não há sinais de um acordo entre democratas e republicanos no futuro imediato e a paralisação deve continuar.
Casa Branca diz que demissões por paralisação do governo americano podem chegar a 'milhares'
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, voltou a levantar a possibilidade de demissões de funcionários federais em meio a paralisação do governo americano. Segundo ela, essas demissões podem chegar aos 'milhares'.
Em declarações a repórteres do lado de fora da Casa Branca, Leavitt disse que o escritório de administração e orçamento está trabalhando nesta quinta-feira (2) para definir onde esses cortes serão feitos.
Ela voltou a acusar os parlamentares democratas pela paralisação:
'Essas discussões e essas conversas, essas reuniões não estariam acontecendo se os democratas tivessem votado para manter o governo aberto'.
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Porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt — Foto: Anna Moneymaker / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Nessa quarta (1), reforçando a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Casa Branca afirmou que as demissões de funcionários federais por causa da paralisação do governo são 'iminentes'. A fala foi feita pela secretária de imprensa do governo, Karoline Leavitt, e também pelo diretor do Escritório de Administração e Orçamento, Russell Vought.
Leavitt comentou a repórteres que há um levantamento para 'identificar onde cortes podem ser feitos'.
'E acreditamos que as demissões são iminentes. Elas são, infelizmente, uma consequência dessa paralisação do governo'.
Apesar disso, a porta-voz do governo Trump não deu mais detalhes sobre como isso ocorreria. A expectativa, segundo ela, é que as decisões já aconteçam em torno de dois dias. Questionada por um jornalista, ela disse que 'dois dias' e 'iminente' são 'sinônimos'.
'Seria irresponsável da nossa parte não analisar cada agência e entender o que teremos que fazer daqui para frente para fazer o melhor que pudermos em meio a essa paralisação do governo', comentou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu uma resposta após a paralisação do governo dos Estados Unidos por conta da não aprovação do orçamento de 2026 pelo Congresso americano.
Ele já deixou claro que parte dos 750 mil funcionários federais serão demitidos. Muitos escritórios serão fechados, talvez até mesmo de forma permanente. Isso porque Trump defendeu 'fazer coisas irreversíveis, que são ruins' como maneira de retaliação.
A paralisação começou horas depois que o Senado rejeitou uma medida de gastos de curto prazo que teria mantido as operações do governo funcionando até 21 de novembro.
Os democratas se opuseram à legislação devido à recusa dos republicanos em anexar uma extensão dos benefícios de saúde para milhões de americanos que expirarão no final do ano. Além disso, há um pedido para maior subsídios no Orçamento através da Lei de Cuidados Acessíveis.
Agências alertaram que a paralisação interromperia a divulgação de um relatório de emprego de setembro; desaceleraria o tráfego aéreo; suspenderia pesquisas científicas; reteria o pagamento das tropas americanas; e levaria à licença de 750 mil funcionários federais a um custo diário de 400 milhões de dólares.