Presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto afirma que a oposição vai “parar o Senado” se o chefe da Casa, Davi Alcolumbre, não pautar projeto de anistia que contemple o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos de prisão por golpe de Estado.
Em entrevista à coluna, o dirigente disse que senadores do PL, do PSD, do PP, do Republicanos e até do partido de Alcolumbre, o União Brasil, vão obstruir os trabalhos caso o presidente do Senado persista na recusa. Valdemar Costa Neto avalia que a paralisação prejudicaria o governo Lula.
“Vamos tentar ter um entendimento com Alcolumbre, porque nós vamos ter poder. Na minha opinião, a única arma que nós temos dentro da lei é a obstrução. E nós podemos parar o Senado. Isso é um prejuízo muito grande para o governo”, disse o dirigente.
Valdemar Costa Neto prosseguiu: “Sim [pretendemos parar o Senado], porque nós temos hoje um time junto com a gente. Nós temos o Kassab [presidente nacional do PSD], que já se manifestou a favor da anistia. Não vai ser 100%, mas vamos ter a maioria. Temos o União Brasil, o PP, temos aí o Republicanos, temos muita gente. A guerra vai ser grande”.
Questionado se o PL aceitaria um projeto de anistia que beneficie os manifestantes do 8 de Janeiro e deixe Bolsonaro de fora, como pleiteiam parlamentares de esquerda, Valdemar Costa Neto respondeu:
“Não há [essa possibilidade]. Nós temos que ver como vai chegar isso aí e como nós vamos proceder. Com certeza nós temos votos para aprovar. Acontece que é difícil com o governo trabalhando contra. Prejudica muito a vida da gente, porque máquina é máquina. O governo tem muita força”.
A anistia no Congresso Nacional
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), prometeu a líderes partidários votar, nesta quarta-feira (17/9), o requerimento de urgência do projeto de lei de anistia. Os parlamentares ainda não decidirão sobre os detalhes do texto, apenas sobre a velocidade de tramitação, o que já foi interpretado pela oposição como uma vitória.
Já Davi Alcolumbre diz que não dará seguimento a nenhum projeto que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele argumenta que a medida seria inconstitucional.