O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, garantiu que os correspondentes bancários participarão da próxima reunião da Mesa Técnica sobre crédito consignado. A decisão foi anunciada nesta quinta-feira (12), após representantes do setor manifestarem descontentamento por terem sido excluídos da terceira reunião do grupo, realizada na Escola de Contas.
“Não queremos impedir ninguém de trabalhar ou de oferecer crédito consignado. O que não podemos aceitar é a exploração do servidor, que depois acaba em desespero. Queremos ouvir todos os lados e construir soluções justas”, afirmou Sérgio Ricardo ao se reunir com os profissionais do setor.
Ele também anunciou a criação de uma comissão específica para acompanhar as demandas dos correspondentes.
Vestindo camisetas com a frase “Consignado não é crime e nem golpe”, o grupo compareceu ao local da reunião para protestar contra a ausência de convites à categoria. Vagner de Lima, correspondente bancário e sócio da empresa Nova Sassaria, lamentou a exclusão e defendeu a importância dos profissionais que atuam diretamente com os servidores públicos nas operações de crédito. “Somos os representantes das fintechs, das financeiras e dos bancos junto ao cliente. Estamos na linha de frente, realizando as operações. Excluir nossa categoria é passar a impressão de que somos os vilões, quando a realidade é bem mais complexa”, argumentou.
Segundo Vagner, a função dos correspondentes é intermediar as operações, mas a responsabilidade pela formalização dos contratos é dos bancos. Ele explicou que os documentos geralmente são enviados por e-mail, mas muitos servidores têm dificuldade de acesso ou domínio das ferramentas digitais. “Já fomos até a casa de clientes para ajudá-los a concluir a assinatura digital. É uma questão de segurança para todos os envolvidos”, disse.
Durante a conversa com o grupo, uma representante de instituição financeira afirmou que sequer havia sido notificada da reunião. Em resposta, o presidente do TCE considerou improvável que a comunicação não tenha ocorrido, mas reforçou que, independentemente disso, a participação da categoria está garantida daqui em diante.
A comissão criada por Sérgio Ricardo pretende ouvir sugestões e esclarecer responsabilidades no processo de concessão de crédito. “Não se trata de demonizar o consignado. Queremos equilíbrio e transparência, para que o servidor tenha acesso ao crédito sem ser prejudicado”, concluiu o conselheiro.
