Na Itália desde a semana passada, os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES) se reuniram nesta terça-feira (23), em Milão, com o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, para tratar do caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
“Ele conhece o presidente Jair Bolsonaro, reconhece a relevância da unidade da direita em todo o mundo e se mostrou bastante atento às denúncias de perseguição política”, afirmou.
Magno Malta, por sua vez, afirmou que governos e entidades internacionais já acompanham episódios que, segundo ele, demonstram arbitrariedade no país. Como contraponto, lembrou o caso do ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado por terrorismo, cuja extradição foi negada pela então administração petista e executada no governo Bolsonaro.
“Lembramos a Salvini que foi Bolsonaro quem cumpriu o pedido da Itália e entregou Battisti, ao contrário do que fez Lula. Isso mostra quem realmente respeita a justiça e os tratados internacionais”, declarou.
Visita a Zambelli
O encontro com Salvini ocorreu poucos dias depois de Flávio e Malta visitarem Zambelli no presídio feminino de Rebibbia, em Roma. A deputada, licenciada do mandato, está presa desde agosto e aguarda decisão sobre extradição. Além dos dois, participaram da visita, na última sexta-feira (19), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF).
Segundo o grupo, a reunião com a parlamentar aconteceu em uma sala fechada, apenas monitorada por câmeras, sem presença de agentes. Ao deixar o local, Flávio Bolsonaro voltou a dizer que Zambelli é uma “perseguida política” que “não sofreu processo justo no Brasil” e defendeu que ela aguarde o julgamento em prisão domiciliar na Itália.
Ele argumentou que, no Brasil, a deputada “vai ser ainda mais perseguida” e terá “os seus direitos humanos ainda mais violentados por aquele que reconhecidamente é um violador de direitos humanos internacional, um sancionado pela Lei Magnitsky, que é o caso do Alexandre de Moraes”.
Damares Alves afirmou temer pela vida de Zambelli, destacando que ela divide cela com outras três detentas. Na ocasião, Flávio anunciou também que pretende solicitar audiência com o ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, para reforçar o pedido de prisão domiciliar ou liberdade provisória.
"Perseguidos políticos"
No domingo (21), em um comício do partido Liga, na Itália, Flávio Bolsonaro declarou que o país europeu hoje abriga “perseguidos políticos” brasileiros.
“Carla Zambelli e Eduardo Tagliaferro vieram para a Itália por acreditarem ser um local mais seguro do que o Brasil”, declarou, pedindo que o governo italiano não extradite a deputada.
“Lá [no Brasil] ela poderá morrer na cadeia injustamente”, completou.