O vereador Rafael Ranalli (PL) afirmou que espera obter esclarecimentos do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), durante o depoimento marcado para esta segunda-feira (7), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o contrato entre a prefeitura e a empresa CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo da capital e pela requalificação do centro histórico.
“Ele é o demandante do contrato à época. Quero ouvir da boca dele qual a vantagem que ele viu nesse contrato, que agora está sendo tão questionado. O que o cuiabano ia ganhar com isso?”, questionou Ranalli.
Segundo o parlamentar que está como presidente da comissão, dois pontos são considerados cruciais na oitiva: entender por que Emanuel considerou o contrato vantajoso e por que ele alterou o fundo garantidor do acordo sem enviar o tema para análise da Câmara Municipal. “Ele era quem assinava as despesas do município, e essa bomba ficou para as próximas gestões. Por isso, sim, ele precisa explicar”, disse.
Ranalli também destacou que o contrato firmado com a CS Mobi pode representar um prejuízo aos cofres públicos. “A prefeitura está pagando uma prestação mensal de R$ 1,9 milhão. Temos um fator de desconto nos cinco primeiros anos, por isso se fala muito nos R$ 650 milhões. Mas isso pode ficar ainda mais caro com o tempo, por conta dos reajustes naturais de contrato”.
Apesar de reconhecer que há previsão de investimentos, como a entrega do novo mercado municipal e a requalificação de ruas e calçadas, o vereador alertou que a contrapartida da empresa envolve concessões significativas. “O próprio mercado ficará à disposição da empresa por 30 anos. Esses pontos não ficam claros, e quanto mais se aprofunda, mais dúvidas surgem”, apontou.
Ranalli concluiu afirmando que não pode afirmar se houve irregularidades, mas defendeu que a CPI tem um papel importante ao forçar a prefeitura a reavaliar e possivelmente repactuar os termos do contrato. “Se a CPI ajudar nisso, será um grande avanço para Cuiabá”.