A vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos), é favorável à remoção dos ambulantes do Centro, porém, propõe que essa retirada seja gradual. Para Maysa, antes do prefeito Abilio Brunini (PL) cumprir sua promessa de ceder o entorno do Museu do Rio aos comerciantes - o que para a vereadora seria o mesmo que "jogar" os ambulantes -, ele deve levá-los a um espaço intermediário, concentrando-os em uma praça, no estilo de feira ao ar livre. Esse período de adaptação daria ao prefeito tempo para reformar o Shopping Orla.
"A gente precisa respeitar aquele empresário que paga aluguel, que paga impostos, mas a gente tem que olhar para essas famílias, essas famílias não podem ser jogadas em um lugar que ninguém frequenta, a gente precisa dar uma solução, nem que seja um paliativo transitório, leva para uma praça por enquanto, faz uma padronização dessas pessoas num formato de feira e depois que o Shopping Orla estiver reformado, estiver com as pessoas circulando, aí sim faz a transição definitiva dessas pessoas", falou Maysa Leão.
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A vereadora disse que a polêmica em torno dos ambulantes é semelhante a discussão anterior que implicou na concessão de uma área para que a construção do Shopping Popular. "Eu era pequena, mas acompanhei. Ele nasceu justamente porque as pessoas estavam ocupando as calçadas. Calçada tem que ser acessível, calçada é um local para as pessoas passarem", disparou Maysa reiterando a pauta da acessibilidade.
A vice-presidente afirmou que irá intensificar o debate sobre a remoção dos ambulantes na Comissão de Comércio. Maysa alfinetou o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), atribuindo ao emedebista parte da responsabilidade por não "pensar" soluções para famílias em situação de vulnerabilidade social.
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"Isso é o resultado de uma cidade que não tem plano de diretor, que tem vazios urbanos, que não contempla as desigualdades, uma cidade para ricos, uma cidade que exclui as pessoas. Eles não estão ali com a mãozinha estendida pedindo dinheiro, eles foram para lá para vender um produto para trabalhar e sustentar suas famílias. As gestões não estão olhando para uma Cuiabá com política de Estado", acentuou o tom a vereadora.
Maysa se autodenomina independente na Câmara, sem amarras com a base de Abilio ou flertes com a oposição.
