Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi afirmou que parte do crime organizado está inserido nas fraudes do INSS.
“É que, infelizmente, o crime organizado tem esse nome por causa disto: eles se organizam. Da mesma maneira que o Estado tenta se organizar para coibir, eles têm uma arma, infelizmente, que mexe com a fragilidade humana - o dinheiro, a corrupção - e se infiltraram de fora para dentro, dentro do INSS, inclusive contando com a ajuda de alguns de lá de dentro desde 2016“, afirmou Lupi ao colegiado.
Em seguida, ele foi interpelado pelo relator, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), sobre a afirmação de que o crime estaria atuando na autarquia. Lupi confirmou: “parte dele [do crime organizado], sim, nessa questão dos descontos indevidos. A Polícia Federal está apurando e vai apurar isso com mais profundidade”, destacou.
Na ocasião, o ex-ministro falava que, em 2023, as entidades associativas cancelaram mais 420 mil descontos indevidos nos pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS.
Ele disse ainda que, em 2024, os cancelamentos passaram para mais de 1,5 milhão e que, do montante, 1,4 milhão foi identificado como “indevido”.
“Ou seja, à época, o ministério já cancelou isso por comprovadamente ser indevido. Se tivesse alguma conivência do INSS, algum tipo de crime, como é que tantos iam cancelar? ”, questionou.