O deputado estadual Júlio Campos (UP) classificou como “lamentável” e uma “anarquia” a decisão da Câmara dos Deputados de revisar a distribuição de cadeiras parlamentares com base em novos dados populacionais. A medida tem gerado controvérsia em todo o país, incluindo Mato Grosso.
A revisão atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que estabeleceu o prazo de 30 de junho deste ano para que o Congresso atualize o número de deputados por estado, com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. O STF determinou que a revisão deveria manter o número total de 513 deputados. Isto é, alguns estados perderiam cadeiras em Brasília.
Porém, a autal proposta, já aprovada na Câmara, amplia o número de vagas para 531. O deputado Júlio Campos questionou a forma como a revisão é conduzida.
"Eu acho lamentável a decisão da Câmara dos Deputados, em vez de cumprir a lei que determina que os estados que perdem população, perdem bancada, perdem deputados federais. O que é que está acontecendo agora em Brasília? Estão inventando uma fórmula nova, de criar mais vaga da Câmara dos Deputados com custo de quase R$ 2,5 milhões, o que é lamentável", declarou o deputado.
Campos argumentou que a decisão de aumentar o número de deputados federais é um desperdício de recursos públicos e vai contra a lógica da proporcionalidade populacional.
"Isso é muito ruim. O Brasil é um país do não cumprimento da lei e da improvisação. Se eu estivesse em Brasília como deputado, como senador, eu votaria contra essa anarquia de aumentar mais deputados federais sem precisar", afirmou.
O deputado também comparou o número de parlamentares do Brasil com o dos Estados Unidos, criticando o que considera um excesso de deputados no país. "Os Estados Unidos é uma nação que tem 350 milhões de habitantes e tem 500 deputados federais. O Brasil com 230 milhões de habitantes já vai para 530. Isso é brincadeira", disse.