O economista Vivaldo Lopes disse ao HNT TV Entrevista que o presidente Lula (PT) deve "colocar dinheiro na mesa" para controlar os primeiros reflexos do tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. Vivaldo lembrou que o mesmo foi feito pelo país, no período da pandemia da covid-19 por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) que abriu linhas de crédito para o agronegócio. "Funcionou bem, ajudou. Tem que repetir isso", recomendou.
"Falar, olha, eu vou botar dinheiro para financiar as empresas afetadas. Eu vou dar crédito dos tributos federais, Imposto de Renda, CSL e outros, para poder fazer caixa, para elas poderem usar esse crédito para poder continuar operando. E espero que os governadores possam reconhecer os créditos de ICMS dessas empresas", opinou Vivaldo.
O economista ressaltou que não basta apenas conceder o crédito, mas ampliar o período de carência em pelo menos um ano e juros baixos. "É conversar com os governadores para eles liberarem créditos de ICMS, que essas empresas exportadoras tem um grande estoque, mas não conseguem acessar", sugeriu.
Segundo Vivaldo, é essencial que Lula "não feche as portas" e mantenha o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenadora pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), envolvendo diplomatas, ministros e representantes dos setores empresariais, desde as big techs até indústrias de suco e celulose que podem ser penalizadas caso Trump decida rever os termos do tarifaço.
"Negociações diplomáticas são longas. Vou dar um exemplo. Há 20 anos que o Brasil quer vender carne para o Japão. Só agora, dois meses atrás, que o Japão disse que eu vai comprar carne do Brasil pela primeira vez, nunca comprou", falou.
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