O jornalista e marketeiro Humberto Frederico acredita que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) foi eleito em 2018 por compreender o “novo momento” da política e da comunicação no país. Ao investir no digital, segundo ele, Bolsonaro criou uma bolha, mantendo comunicação em tempo real com eleitores de perfil conservador. Humberto destacou que a vitória fez que a direita replicasse a estratégia, passando a se organizar dessa forma: recebendo comandos e repassa adiante as mensagens.
A direita trabalha muito bem isso. Eles recebem o comando e passam a responder por esse comando
"Muita gente diz que o Bolsonaro foi eleito em 2018 pelas redes sociais. A rede social ajudou muito ele, mas ele foi eleito porque entendeu esse novo momento. Entendeu que o eleitor é uma das ferramentas principais da sua comunicação. Ele entendeu isso e tinha essas pessoas prontas para o defender ou atacar aos concorrentes", falou Humberto Frederico ao podcast HNT TV Entrevista.
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GRUPOS DO WHATSAPP INFLUENCIAM VOTO
O WhatsApp foi a rede dominada por Bolsonaro. O ex-presidente infiltrou seus admiradores em grupos desencadeando longas discussões. Conforme Humberto, essas conversas influenciam diretamente o voto.
Muitas pessoas são convencidas no WhatsApp
"Muitas pessoas são convencidas no WhatsApp. No grupo da família, todos estão querendo fazer parte de uma casta, de um grupo, é a onda. A pessoa não quer ficar fora daquele círculo. A partir do momento que os grupos de WhatsApp impõem uma tendência, os demais tendem a ir junto", disse.
Camila Ribeiro/HNT

O jornalista e marketeiro político, Humberto Frederico, falou sobre o futuro das campanhas eleitorais no podcast HNT TV Entrevista.
CAMPANHA DE DONALD TRUMP
Humberto tem suas raízes fincadas em Mato Grosso. O cuiabano trabalhou nas campanhas do ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB), senador Wellington Fagundes (PL) e do deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil) à Prefeitura de Cuiabá. Sempre atento ao que está acontecendo no mercado, Humberto viajou em 2024 para os Estados Unidos (EUA) onde acompanhou pelo Clube Associativo dos Profissionais de Marketing (CAMP) a disputa entre o presidente norte-americano Donald Trump (Republicano) e Kamala Harris (Democrata).
O marketeiro observou de perto as diferenças entre as campanhas eleitorais do Brasil e EUA. Enquanto os candidatos brasileiros trabalham, basicamente, com o compartilhamento do plano de governo, os americanos podem trabalhar com os showmícios, entrega de brindes e receber doações ilimitadas.
"Aí você vê a diferença cultural pois lá ainda é permitido", falou Humberto.
IA PARA O BEM E MAL
A inteligência artificial será a grande aliada dos marketeiros nas eleições 2026. A corrida para dominar a ferramenta já começou e Humberto ressalta que seu aproveitamento está condicionado a ética dos profissionais.
"Temos a ferramenta de você gravar a voz do político. Você primeiro grava com ele e depos joga para o robô, escreve um texto e ele imita a voz do candidato. Você pode enviar áudios para as pessoas como se fosse ele. É o uso para o bem ou para o mal", concluiu.
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