O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) prossegue em sua série de ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Nesta terça-feira (22/7), o filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) comparou a situação da oposição no Brasil com a da Venezuela, ao alegar que o pai é vítima de perseguição política. “O Brasil já é pior do que a Venezuela”, disse em um post no X.
Na publicação, o deputado compara a situação da líder opositora venezuelana, María Corina Machado, com a de Bolsonaro. Eduardo alega que, mesmo que Corina viva em “regime antidemocrático” na Venezuela, ela não foi submetida às mesmas restrições impostas ao ex-presidente brasileiro.
“Reparem que María Corina não foi proibida de usar redes sociais e segue criticando a perseguição à oposição ativamente. No Brasil, por outro lado, Jair Bolsonaro e muitos outros já não podem mais fazer nem isso. Sob muitos aspectos, o Brasil já é pior do que a Venezuela”, escreveu Eduardo.
Entenda envolvimento de Eduardo nas restrições impostas ao pai
- A PF acusa Bolsonaro e Eduardo de se articularem, durante os últimos meses, com autoridades governamentais dos EUA para obter imposição de sanções contra agentes públicos do Brasil.
- Eles, segundo decisão de Moraes, embasam o pedido de sanções contra o país em razão de suposta “perseguição” no âmbito da Ação Penal (AP) nº 2.668, que investiga Bolsonaro em suposta trama golpista.
- De acordo com a PF, pai e filho atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte”.
- A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro está usando tornozeleira eletrônica e não pode usar redes sociais, comunicar-se com embaixadores e diplomatas estrangeiros, nem se aproximar de embaixadas.
- Segundo Eduardo, seu objetivo ao atuar nos EUA não era gerar tarifas de 50% ao Brasil, mas, sim, promover sanções individuais ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O terceiro filho do ex-presidente ainda complementa que, se a situação prosseguir, Moraes irá “destruir nosso país”. Ele afirma que o ministro tem “mente autoritária” e compactua com atos antidemocráticos como o regime do venezuelano Nicolás Maduro.
“Não podemos assistir calados enquanto ele destrói nossas liberdades e lança todos nós no caminho da miséria e da desgraça. Temos que lutar enquanto ainda há tempo”, escreveu Eduardo.
María Corina Machado faz oposição a Maduro, a quem acusa de ter dado um golpe de Estado. A comunidade internacional solicitou que Maduro apresentasse as atas das eleições para comprovar os votos, mas isso não aconteceu.