Cerca de 50 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde desta terça-feira (22) em Cuiabá, na rotatória entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Beira-Rio, para um ato promovido pelo movimento "Direita Mato Grosso". O evento, que contou com carro de som, faixas e palavras de ordem, mirou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os manifestantes presentes, destacaram-se figuras como o ex-presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, o sósia "oficial" do ex-presidente e pré-candidato a deputado federal pelo PL, Vilmar Rigo, conhecido como Bolsonaro da Shoppe, e o militante Vandinho Patriota. Vandinho, que nega participação nos atos de 8 de janeiro, é monitorado por tornozeleira eletrônica em razão do suposto envolvimento na trama golpista.
As faixas exibidas pelo grupo reforçaram o tom das críticas, com frases como “Impeachment Moraes, já!”, “Fora Lula!” e “Golpe é eleição sem Bolsonaro”. O ato também incluiu um buzinaço e um adesivaço em apoio ao ex-presidente.
Os manifestantes se uniram sob o lema “Verás que um filho teu foge luta”, uma adaptação do Hino Nacional, em uma clara reação às medidas cautelares impostas por Alexandre de Moraes ao ex-presidente.
Vozes do movimento
Antonio Galvan, que se apresenta como pré-candidato ao Senado pelo PL, direcionou suas críticas ao Senado Federal. "Você veja que o processo legal dito não está sendo respeitado. Mas eu vejo como culpado dessa situação toda a covardia do nosso Senado Federal. É o nosso Senado Federal que tem essa responsabilidade de apoiar a indicação para colocar o Senado como também quem não esteja respeitando a nossa Constituição, que ele seja expurgado, que ele seja tirado."
Vilmar Rigo, o "Bolsonaro da Shoppe", forçou os limites da narrativa, ao afirmar que a “manifestação representa uma tentativa de tomada da democracia, da tomada do Brasil. Porque o Brasil está entregue à esquerda”. E em uma ação de 'futurologia' disse que o congresso será fechado pela esquerda.
Vandinho Patriota falou sobre sua situação e sua visão do Judiciário: "Não tem prova contra mim e está acontecendo uma injustiça comigo, com o Bolsonaro e com vários outros da oposição (ao Lula). Infelizmente, hoje, nós encontramos o Brasil em estado de exceção, um estado jurídico que está abusando do poder que tem, fazendo coisas que não deve fazer."
A mobilização em Cuiabá se alinha a outras manifestações de cunho conservador que têm ocorrido em diversas partes do país, demonstrando o engajamento de parte da população em defesa de pautas relacionadas ao ex-governo Bolsonaro e em oposição à atual gestão e às decisões do judiciário.