O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) defendeu a legitimidade do seu requerimento para abertura de Comissão Especial sobre o feminicídio. Ele e a petista Edna Sampaio travam um embate pelo protagonismo no debate. Inicialmente, Edna propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito, isto é, uma CPI sobre o assunto, mas deputados que aderiram à ideia acabaram retirando as assinaturas, o que levou à negociação para abertura de Comissão Especial. Cattani saiu na frente e apresentou o primeiro requerimento, seguido de Edna, cujo requerimento foi votado horas depois. Cattani, porém, defende que o regimento interno da Assembleia Legislativa dá à proposta dele a preferência.
À imprensa, nos corredores da Casa, nesta quarta-feira (10), Cattani também respondeu às críticas de que teria 'pegado a barca' na proposta de Edna Sampaio. Questionado se estaria se aproveitando do momento, sendo que atua na Casa a mais tempo que a petista, que ocupa posto de suplente, Cattani respondeu: "Raquel Maziero Cattani, só isso que tenho a dizer".
Raquel era filha do deputado e foi assassinada a mando do ex-marido em 2024. Raquel foi morta a facadas no sítio onde vivia num assentamento de Nova Mutum. O ex-marido dela, Rodrigo Xavier, e o irmão dele, Romero Xavier, responsável pela execução da mulher, respondem pelo crime.
O conflito entre os pedidos de comissão foi repassado à Procuradoria da ALMT e, após o parecer jurídico, o presidente da Casa, Max Russi (PSB), deve prestar esclarecimentos. Um grupo de deputados, por outro lado, defende a unificação das propostas, embora apresentadas por políticos de ideologias opostas, para acabar com o impasse.
"O regimento disse que quem apresentou o primeiro requerimento tem a prerrogativa e não deveria nem ser apresentado segundo ou votado, mas foi [votado], por isso foi para a Procuradoria. E se nós apresentamos o primeiro requerimento, ele vai ser, foi aprovado e vai ter que ter o vigor dele porque está no regimento interno da casa", defendeu Cattani.