A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre três mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, na Operação Blasfêmia, contra uma quadrilha suspeita de montar um call center para enganar fiéis em troca de dinheiro. O grupo se passava por um pastor e prometia curas e milagres condicionados ao pagamento de transferências via Pix. A ação é coordenada pela 76ª DP (Niterói), em conjunto com o Ministério Público.
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Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conhecido como Pastor Henrique Santini ou Profeta Santini, é apontado como chefe do esquema. Ele somava cerca de 5 milhões de seguidores, somando as contas do Instagram e do TikTok.

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Luiz Henrique dos Santos Ferreira, conheciddo como Pastor Henrique Santini ou Profeta Santini. — Foto: Reprodução
Segundo as investigações, os criminosos atuavam a partir de uma central de telemarketing no Centro de Niterói. Atendentes eram contratados por meio de anúncios em sites de vendas e orientados a se passar pelo líder religioso de uma igreja em São Gonçalo. Durante as conversas, usavam áudios gravados previamente pelo pastor, oferecendo diferentes tipos de orações em troca de valores que variavam de R$ 20 a R$ 1,5 mil.
Para movimentar o dinheiro arrecadado, a quadrilha utilizava contas bancárias em nome de terceiros, dificultando o rastreamento das operações. Os atendentes recebiam comissões proporcionais ao volume arrecadado e eram submetidos a metas semanais. Quem não alcançava o mínimo estipulado era dispensado.
A investigação começou em fevereiro deste ano, quando policiais encontraram 42 pessoas trabalhando no call center. Na ocasião, foram apreendidos 52 celulares, seis notebooks e 149 chips de telefonia. O material analisado revelou a dimensão do esquema, que teria feito milhares de vítimas em todo o país.
Um levantamento financeiro identificou movimentações superiores a R$ 3 milhões em dois anos. Com base nessas informações, a Justiça determinou o bloqueio de contas e o sequestro de bens ligados ao grupo.
O pastor e outros 22 integrantes da organização criminosa foram denunciados por crimes como estelionato, charlatanismo, curandeirismo, associação criminosa, falsa identidade, crime contra a economia popular, corrupção de menores e lavagem de dinheiro.
A Polícia Civil informou que as investigações continuam para identificar novas vítimas e outros possíveis envolvidos no esquema.