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ALVO DE OPERAÇÃO

PF aponta caixa dois, laranjas e triangulação em campanha do prefeito de Sorriso

Investigação aponta uso de empresas, repasses fracionados e cabos eleitorais vinculados a campanhas proporcionais para burlar o teto de gastos

Conteúdo Hipernotícias
Da Redação

A Polícia Federal deflagrou em Sorriso (387 km de Cuiabá), a segunda fase da Operação Rustius, com o objetivo de investigar a arrecadação de verbas irregulares na campanha eleitoral de Alei Fernandes (UB), eleito prefeito do município em 2024. Os policiais federais cumpriram três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Eleitoral. A ação visa coletar novos elementos que auxiliem na apuração dos fatos. Até o momento, 17 pessoas foram indiciadas por Caixa Dois, as penas podem chegar a até cinco anos de prisão. 

A investigação aponta que Alei extrapolou o limite legal de gastos eleitorais, o que teria levado à adoção de estratégias para ocultar os valores excedentes. Segundo os elementos reunidos no inquérito, o então candidato teria utilizado uma empresa para contrair um empréstimo acima do teto permitido e, em seguida, fragmentado esse montante em quantias menores.

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Os valores teriam sido transferidos para contas de laranjas, que então realizaram doações oficiais em nome próprio, com o objetivo de disfarçar a origem e o volume real dos recursos aplicados na campanha.

As investigações conduzidas pelo delegado Tiago Pacheco indicam que os valores excedentes à campanha majoritária teriam sido direcionados a serviços não declarados ou registrados de forma indireta por meio das prestações de contas de candidatos a vereador. Conforme apurado, diversos cabos eleitorais que atuaram na campanha para prefeito foram oficialmente vinculados às campanhas proporcionais, criando um esquema de triangulação.

Nessa dinâmica, os recursos eram recebidos pelas campanhas dos vereadores, mas, na prática, financiavam a campanha do candidato a prefeito, com o objetivo de burlar os mecanismos de fiscalização e controle da Justiça Eleitoral.

"Ademais, alguns cabos eleitorais teriam sido pagos com dinheiro em espécie, empresas de dados e pesquisas teriam prestado serviços não contabilizados e pessoas jurídicas teriam sido utilizadas nas doações ilegais. Dessa forma, teria ocorrido abuso do poder econômico na disputa eleitoral na cidade", reforçou o delegado.

OUTRO LADO 

Em nota, o advogado Rodrigo Cyrineu, que representa o prefeito Alei Fernandes e o vice Acácio Ambrosini, afirmou que não há provas concretas contra os eleitos e classificou as acusações como “especulações sem lastro probatório”. A defesa alega que a investigação se apoia em uma narrativa sustentada há tempos por órgãos de apuração, sem apresentar elementos objetivos sobre o suposto caixa dois. Também questiona a origem da investigação, que teria sido iniciada com base em uma denúncia feita por um policial rodoviário federal filiado ao partido do adversário derrotado. Para os advogados, trata-se de uma tentativa de manter viva uma operação "natimorta".

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