Os donos de uma empresa de eventos que causou prejuízo a mais de mil estudantes já tinham decidido encerrar as atividades com quatro meses de antecedência, mas seguiram fechando contratos e cobrando à vista, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso.
A informação foi confirmada pelo delegado Rogério Ferreira, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), durante a deflagração da Operação Ilusion, realizada nesta terça-feira (20). O casal de empresários é acusado de premeditar o golpe, mantendo a empresa aberta apenas para arrecadar mais dinheiro antes de sumir.
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“Os investigados fecharam novos contratos, exigindo pagamentos à vista, realizaram promoções, ocultaram mídias digitais de eventos que ainda não haviam sido entregues, tudo com a finalidade de levantar valores para fechar a empresa e deixar a cidade”, afirmou o delegado.
Os alvos principais são E.S.S., de 51 anos, e M.J.A.N., de 49, que administravam as empresas Imagem Eventos e Graduar Decoração e Fotografia. Ambos estão foragidos. O encerramento das atividades ocorreu de forma repentina em 31 de janeiro deste ano, sem qualquer aviso a clientes, funcionários ou fornecedores.
As investigações apontam que cerca de 40 turmas de formandos, principalmente de cursos como medicina, foram afetadas em Mato Grosso e Rondônia. Os prejuízos ultrapassam R$ 7 milhões, valor que foi bloqueado pela Justiça nas contas e bens dos investigados.
A operação cumpriu 20 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão, busca e apreensão, sequestro de veículos e suspensão de atividades das empresas. As ordens estão sendo executadas em Cuiabá, Maringá (PR) e João Pessoa (PB), com apoio das Polícias Civis locais.
Os empresários são investigados por crimes contra o patrimônio, crimes contra as relações de consumo e associação criminosa. As penas podem chegar a 13 anos de prisão, além de multa. A Decon orienta que outras vítimas procurem a delegacia ou registrem denúncia pelo 197 ou na Delegacia Virtual.