A Polícia Civil revelou nesta terça-feira (20) que os donos da empresa de formaturas investigada em Mato Grosso adotaram uma série de estratégias para arrecadar o máximo de dinheiro possível antes de fechar as portas e desaparecer. Entre as práticas identificadas estão promoções falsas, exigência de pagamento à vista e ocultação de mídias de eventos já realizados, que seriam revendidas depois.
As informações vieram à tona com o avanço das investigações da Operação Ilusion, deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). Segundo o delegado Rogério Ferreira, os empresários já sabiam que não cumpririam os contratos firmados, mas continuaram atuando como se as festas fossem acontecer normalmente.
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“Os investigados fecharam novos contratos, exigindo pagamentos à vista, realizaram promoções, ocultaram mídias digitais de eventos que ainda não haviam sido entregues, tudo com a finalidade de levantar valores para fechar a empresa e deixar a cidade”, afirmou o delegado.
O esquema teria sido executado ao longo de pelo menos quatro meses. Durante esse período, os administradores da Imagem Eventos e da Graduar Decoração e Fotografia ofereceram descontos agressivos para atrair formandos e suas famílias, muitos dos quais pagaram os pacotes com antecedência total.
Além disso, materiais de formaturas já realizadas — como fotos e vídeos — foram intencionalmente retidos, mesmo após os eventos, com o objetivo de posterior comercialização. A ocultação desses registros também impedia que clientes formalizassem queixas imediatas, dificultando o rastreio do golpe.
A empresa anunciou o encerramento das atividades no dia 31 de janeiro, surpreendendo mais de mil formandos de ao menos 40 turmas em universidades e escolas de Mato Grosso e Rondônia. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 7 milhões.
O casal de empresários investigado, E.S.S., de 51 anos, e M.J.A.N., de 49, está foragido. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) e estão sendo cumpridos em conjunto com ordens de bloqueio de contas, sequestro de veículos e suspensão das empresas.
Os investigados respondem por crimes contra o patrimônio, associação criminosa e crimes contra as relações de consumo. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e orienta que novas denúncias sejam feitas presencialmente na Decon ou pelo telefone 197.