Quarta-feira, 5, a imprensa teve acesso ao laudo que detalha a morte de Yago Ravel Rodrigues Rosário, o jovem ligado ao Comando Vermelho (CV) que teve a cabeça decapitada e pendurada em uma árvore durante a megaoperação deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha no último dia 28.
O documento indica que Yago foi atingido por um tiro, que provocou ferimentos transfixantes no tórax e no abdômen, com intensa perda de sangue.
No entanto, a perícia destacou a existência de infiltrações hemorrágicas compatíveis com atividade cardíaca prévia ao ato de decapitação. Ou seja, o jovem teve a cabeça cortada minutos após ser atingido pelo tiro.
Apesar disso, o corte do pescoço não apresentou sangramento significativo, o que os peritos descrevem como indicativo de que o corpo já estava em processo de colapso circulatório no momento da decapitação
A causa da morte foi descrita como resultado combinado dos ferimentos por arma de fogo e da secção cervical completa, que atingiu vasos e medula.
“Narrativa anti polícia”
Ao ser questionado sobre o caso na última semana, o secretario da Polícia Civil do Rio, Felipe Curi respondeu: “Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos, podem ter feito isso ai para chamar a atenção da imprensa”, disse Curi, durante entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
A Polícia Civil sustenta que a cabeça de Yago tenha sido arrancada por rivais da própria facção, numa tentativa de reforçar a narrativa de que os suspeitos mortos na operação foram vítimas de uma ação ilegal da polícia. Isso porque o confronto era intenso e, segundo as investigações, Yago atuava na linha de frente da facção, cercado de comparsas, o que tornaria improvável que um policial o alcançasse logo após o tiro.






















