Em um episódio recente do programa Superpowers Exposed, do The Sun, o analista de defesa Simon Diggins revelou como a Polônia vem se transformando na linha de frente da Otan diante da ameaça russa. Com a guerra de Vladimir Putin avançando na fronteira leste da Europa, os poloneses têm se posicionado como o principal escudo do Ocidente.
A análise ressalta que a preocupação do país não é novidade, já que ele foi palco de alguns dos conflitos mais sangrentos do continente. Segundo o especialista, a Polônia carrega uma “memória coletiva de resistência” que molda sua política atual.
Desde a invasão da Ucrânia, em 2022, o governo polonês aumentou drasticamente seus investimentos militares e acelerou programas de defesa. O objetivo é garantir que, se Putin decidir avançar para o oeste, encontrará um inimigo preparado. “Juntamente com os países bálticos, a Polônia é o único país da Europa que se prepara para uma guerra com a Rússia não com base em se, mas em quando”, afirmou o especialista.
Graças ao crescimento econômico desde que entrou na União Europeia, em 2004, Varsóvia pôde transformar seu poder militar. Hoje, o país conta com mais de 200 mil soldados ativos, seis divisões mecanizadas e um plano de expansão. “Um exército forte e uma economia forte significam que a Polônia está a caminho de ser, se já não for, a potência europeia mais forte na Otan”, disse Diggins.
A Polônia encomendou 336 tanques Abrams, 1.000 tanques K2 da Coreia do Sul, 500 sistemas de foguetes HIMARS e 288 lançadores Chunmoo. Novos acordos internacionais também fornecerão 48 caças FA-50, 32 jatos F-35 de última geração, 96 helicópteros Apache e seis baterias antiaéreas Patriot.
Com essas aquisições, Varsóvia deve ultrapassar Alemanha, França e Reino Unido em capacidade de fogo terrestre, tornando-se a maior força de tanques da Europa.
Além das compras internacionais, o país também investe na produção interna de armas, retomando fábricas que não operavam em larga escala desde a Guerra Fria. “As fábricas estão produzindo tanques, mísseis e munições em um ritmo que a Europa não via há décadas”, observou Diggins.
Para o analista, embora a Rússia ainda tenha um exército numericamente superior, suas forças estão espalhadas por um território maior e sofrem com escassez de equipamentos modernos. Ele acredita que Putin enfrenta dificuldades logísticas e demoraria muito para deslocar reforços até a fronteira com a Polônia. Já Varsóvia investe na velocidade como uma arma.


















