Uma creche de imersão em língua espanhola na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, foi invadida por agentes federais de imigração, sem mandado judicial, na quarta-feira (5), que detiveram Diana Santillana, imigrante colombiana e professora da turma de bebês, na frente das crianças.
Imagens obtidas pela WGN-TV local mostram dois homens, um deles usando balaclava, arrastando Santillana para fora do prédio enquanto ela gritava em espanhol: “Eu tenho documentos!”. Eles usavam coletes que diziam “Polícia”, mas nenhuma outra marca de agência era visível.
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“As crianças estavam chorando, os pais estavam chorando”, disse Tara Goodarzi, uma advogada que estava deixando o filho de 3 anos na Rayito de Sol quando os agentes entraram no prédio. “Essa é uma cena que não vamos esquecer”, relatou.
Laura Tober, mãe de uma criança da turma de Santillana, descreveu-a como gentil e atenciosa. “Na segunda-feira, minha filha andou pela primeira vez para ela e ela mal podia esperar para me contar”, contou.
Pais e membros da comunidade se reuniram na quarta-feira para protestar contra uma operação de agentes federais de imigração na creche.
Os manifestantes exigiram a libertação imediata de Santillana e o reconhecimento das creches como espaços sagrados onde crianças e professores devem estar a salvo de sequestros e violência.
Eles também exigiram que os agentes federais sejam responsabilizados por entrarem ilegalmente no estabelecimento.
A poetisa e mãe de uma ex-aluna da Rayito de Sol, Erika Sanchez, falou sobre as implicações mais amplas da operação.
“Quando Trump foi reeleito, eu fiquei com medo, pensando: 'E se a Rayito fosse alvo?'... E então meu pior pesadelo se tornou realidade”, disse ela. “Ela não está mais lá. Mas, sabe, todas essas crianças foram traumatizadas pelo que aconteceu, por verem sua professora sendo arrastada para fora. De forma tão violenta, como se ela não fosse uma pessoa.”
Operações contra imigrantes em Chicago
A batida na creche marcou uma reviravolta na agressiva repressão à imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Chicago, iniciada em setembro com o objetivo declarado de perseguir criminosos perigosos sem o direito legal de residir no país.
As ações já resultaram em mais de três mil prisões, segundo o DHS (Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, na sigla em inglês), incluindo cidadãos americanos e pessoas sem antecedentes criminais.
Em uma declaração à Reuters, a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, disse que os agentes do Departamento de Imigração e Alfândega perseguiram uma mulher colombiana e um homem na área de entrada da creche depois que eles fugiram de uma “blitz de trânsito direcionada”.

As táticas dos agentes federais de imigração também ocorreram em Los Angeles na terça-feira (4).
Agentes da Patrulha de Fronteira detiveram um cidadão norte-americano em um estacionamento da Home Depot enquanto a filha dele estava sentada no veículo preso a uma cadeirinha, mostrou vídeo feito por espectadores e um porta-voz do DHS.
Após a detenção do pai, dois agentes mascarados, incluindo um que portava um fuzil de assalto, entraram no carro e foram embora com a filha do homem, enquanto pessoas que se reuniam nas proximidades gritavam para pararem.
O porta-voz do DHS disse que o pai havia saído do carro, empunhado um martelo e jogado pedras nos agentes e tinha uma arma roubada no carro e um mandado ativo por danos à propriedade.
A Reuters não conseguiu confirmar as alegações de forma independente.
A menina foi devolvida à mãe horas depois, informou um porta-voz da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes.


















