O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, marido de Clecy Calvi Cardoso, de 46 anos, e pai de Miliani (19), Manuela (13) e Melissa (10), assassinadas brutalmente por Gilberto Rodrigues dos Anjos, afirmou sentir ódio e desejo de vingança contra o autor do crime. A declaração foi feita ao jornalista Beto Ribeiro, no canal do YouTube Crime S/A.
“Eu sinto ódio dele, não vou negar para você, não. Eu sou cristão, isso me abala muito. A Bíblia diz que a gente tem que perdoar, mas nesse sentido é uma coisa difícil. É complicado, uma coisa que está embaralhando a minha mente, está me deixando maluco”, declarou.
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O crime foi praticado no dia 27 de novembro de 2023, no município de Sorriso (420 km de Cuiabá). Gilberto trabalhava em uma obra perto ao lado da casa das vítimas e as observava diariamente.
Ele alegou que, no dia da chacina, usou drogas e invadiu o imóvel. A intenção, segundo o executor, era apenas roubar. No entanto, foi surpreendido por Cleci Cardoso e os dois começaram a trocar agressões. Então, Gilberto pegou uma faca e atacou a mulher. Neste momento, Miliane saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi atacada.
Na sequência, ele confessou que assassinou as outras duas vítimas. Depois de matar a família, ele contou que saiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra, onde retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner.
Preocupado por não ter notícias da esposa e das filhas, Regivaldo entrou em contato com a Polícia Militar e informou que estava em viagem a trabalho e não conseguia falar com a mulher e as filhas.
Ele relatou ainda que ao telefonar para a escola das filhas foi informado da ausência delas, o que o deixou aflito e solicitou a assistência policial.
Quando os policiais chegaram no local, se depararam com a cena de horror. O assassino foi encontrado e preso menos de 24 horas após o encontro das vítimas.
Regivaldo relatou que vive uma disputa interna, entre o perdão e o ódio.
"É uma briga constante. Quando eu fecho os olhos me vem a imagem delas. Como é que eu vou perdoar um cara que fez maldade para elas? Tirou elas de mim? Lógico que a justiça está sendo feita, vai ser condenado, nunca mais vai sair da cadeia se Deus quiser, mas é difícil. É complicado você falar em perdoar. Eu sei, às vezes eu penso: ‘Senhor, eu preciso perdoar’. Lógico, não vai ser meu amigo, jamais. Eu perdoo internamente, mas a vontade é de matar também”, disse.
Visivelmente abalado, o marido e pai das vítimas explicou que não sabe como será sua reação ao ver o assassino pela primeira vez, já que sequer viu fotos de Gilberto. Ao relembrar dos sonhos que as filhas tinham, Regivaldo afirmou que hoje vive uma vida sem vontade, desgostosa.
“Não tenho mais nada o que perder. O que é minha vida hoje? Estou vivendo um dia de cada vez, sem vontade. Quando te tiram tudo, você vai viver por que? Por quem?”, indagou.
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