Quatro pessoas que estavam desaparecidas e tiveram boletins de ocorrência registrados por familiares ou amigos foram identificadas como vítimas de homicídio, após investigações conduzidas pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). A identificação foi possível por meio do Banco Estadual de Perfis Genéticos (BEPG).
Os corpos de duas vítimas naturais do Maranhão e duas do Amazonas foram encontrados em abril deste ano, em uma área apontada como cemitério clandestino, localizada no bairro Pireneu, em Várzea Grande.
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A Polícia Civil e a Politec destacam a relevância da Campanha Nacional de Mobilização para Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, que contribui para o abastecimento dos bancos de perfis genéticos e pode auxiliar na elucidação de casos semelhantes.
Entre os identificados estão Diego de Sales Santos e Mefibozete Pereira da Solidade, que haviam se deslocado do Maranhão para trabalhar em Várzea Grande. O desaparecimento foi registrado em 10 de janeiro pelo proprietário da empresa que os havia contratado. Segundo o relato, os trabalhadores chegaram no dia 9 e estavam hospedados em um alojamento, mas não foram encontrados no local no dia seguinte.
Na mesma área de mata, também foram localizados os corpos de Ricardo Oliveira Alves, de 41 anos, e Ryan Matos Alves, de 18 anos, pai e filho, naturais do Amazonas.
Investigação e identificação
Após a localização dos corpos, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas solicitou a coleta de material genético de familiares das vítimas maranhenses, com o objetivo de verificar compatibilidade com os restos mortais. As coletas foram realizadas em diferentes cidades, conforme a localização das famílias. No caso das vítimas amazonenses, a mãe de um dos desaparecidos se deslocou até Cuiabá para prestar depoimento e fornecer o DNA.
A confirmação da identidade permitiu que os casos fossem transferidos da condição de desaparecimento para investigação de homicídio, com abertura de inquérito pela DHPP.
Banco Estadual de Perfis Genéticos
O BEPG funciona como um repositório de amostras genéticas de corpos ou restos mortais não identificados, armazenados nas unidades do Departamento de Medicina Legal (DMML) do estado. O banco permite que familiares de pessoas desaparecidas forneçam material genético para comparação e possível identificação.
Além disso, o BEPG tem como finalidade manter, compartilhar e cruzar perfis genéticos para auxiliar investigações criminais e processos judiciais. Após análise técnica e revisão documental, os laudos periciais são encaminhados ao Núcleo de Pessoas Desaparecidas para conclusão das investigações e comunicação com os familiares.
Campanha Nacional
Desde 2021, a Politec participa da campanha nacional de coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas. A iniciativa busca ampliar a identificação de restos mortais não reconhecidos em Institutos Médicos Legais (IMLs) de Mato Grosso e de outros estados.
O BEPG integra a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, composta por 23 laboratórios forenses que formam o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Neste ano, a campanha segue até 15 de agosto, com o objetivo de incentivar a doação de material genético por familiares, que será comparado com perfis armazenados nos bancos estaduais e nacional.
A ação também promove uma força-tarefa nacional para acelerar a análise de perfis genéticos pendentes. A coordenação é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em parceria com laboratórios forenses, delegacias especializadas e autoridades estaduais.