O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) elevou nesta sexta-feira (12/9), a previsão para a safra global de soja em 0,1%, em relação a agosto. A nova estimativa é de 425,87 milhões de toneladas na temporada 2025/26.
Sobre as exportações globais houve acréscimo de 0,2% na estimativa, que agora está em 187,78 milhões de toneladas.
Pelo segundo mês consecutivo, o dado que mais chamou a atenção foram os dados para a produção dos Estados Unidos. O USDA aumentou em 0,2% a previsão para a colheita no país, estimada em 117,05 milhões de toneladas.
A aposta de analistas, no entanto, era para uma previsão de 116,24 milhões, devido ao clima adverso registrado em algumas áreas nas últimas semanas. O departamento disse, em seu boletim mensal de oferta e demanda, que a revisão da safra se deu pelo aumento da área colhida no país para o ciclo 2025/26.
O USDA ainda aumentou em 1,2% sua expectativa para exportação, para 45,86 milhões de toneladas. Por outro lado, os estoques finais cresceram 3,5%, para 8,17 milhões.
Mesmo com a surpresa para os dados sobre a safra americana, os preços sobem ligeiramente em Chicago, alta de 0,24% para os contratos com entrega em novembro.
Para o Brasil, maior exportador mundial de soja, a previsão da safra que será plantada este mês foi mantida em 175 milhões de toneladas, e as exportações em 112 milhões de toneladas. Em outro grande player da América do Sul, a projeção de colheita permaneceu em 48,5 milhões de toneladas. A estimativa mensal para as exportações no país cresceu 3,4%, para 6 milhões de toneladas.
Sobre o maior importador mundial de soja, a China, as compras permaneceram em 112 milhões de toneladas.
O USDA reduziu em 2 milhões de toneladas suas previsões para a produção mundial de milho em 2025/26 pra 1,286 bilhão de toneladas em seu relatório de oferta e demanda mundial divulgado hoje. Apesar do corte, o volume ainda representa um aumento de 4,7% na produção global desta temporada comparada a 2024/25.
A previsão para estoques finais, por sua vez, foram reduzidas em 1,14 milhão de toneladas, para 281,4 milhões de toneladas - volume 2,78 milhões de toneladas abaixo das 284,18 milhões de toneladas registradas no final da safra passada.
Para os EUA, o USDA elevou sua previsão de 425,26 milhões de toneladas para 427,11 milhões de toneladas, contrariando as expectativas dos analistas de mercado, que esperavam um corte para 419,52 milhões de toneladas. A justificativa do órgão é de que a queda na produtividade do país tem sido compensada pelo aumento de área, estimada em 39,94 milhões de hectares - a maior desde 1936.
Para o Brasil, o USDA manteve a previsão de produção em 131 milhões de toneladas de milho com exportação de 43 milhões de toneladas. Já os estoques finais passaram de 3,59 milhões de toneladas para 3,43 milhões de toneladas.
Na China, a previsão de produção também foi mantida em relação ao relatório do mês passado, quando foram apontadas 295 milhões de toneladas a serem colhidas no país com importação de 10 milhões de toneladas. Já os estoques passaram de 178,16 milhões de toneladas para 177,07 milhões de toneladas.
O USDA elevou sua estimativa para a produção global de trigo em 2025/26 em quase 10 milhões de toneladas, para 816,20 milhões de toneladas. Assim que o relatório de oferta e demanda do órgão americano foi publicado, esse ajuste causou queda nos preços do trigo na bolsa de Chicago.
O aumento foi feito com base nas informações de colheita na Austrália, cuja estimativa de produção aumentou 3,5 milhões de toneladas, para 34,5 milhões. Na União Europeia, a perspectiva de produção aumentou 1,9 milhão de toneladas, para 140,1 milhões. Na Rússia, o crescimento foi de 1,5 milhão de toneladas, para 85 milhões. Outros ajustes para cima foram feitos em magnitudes menores no Canadá, Ucrânia e Cazaquistão.
O USDA também aumentou a percepção de consumo global em 2025/26 em 5 milhões de toneladas, para 814,5 milhões, principalmente devido ao maior uso de ração na UE, Austrália, Canadá, Rússia e Ucrânia, e a aumentos relativamente menores no uso para sementes e para indústria de vários países.
A estimativa para o comércio mundial aumentou 1,2 milhão de toneladas, para 214,7 milhões de toneladas. Com esse cenário, o cálculo para os estoques finais globais cresceu 4 milhões de toneladas, para 264,1 milhões.
Dentro dos EUA, houve uma manutenção da expectativa de produção em 52,45 milhões de toneladas e de consumo, em 31,41 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo, o USDA elevou a projeção para as exportações do país de 23,81 milhões para 24,49 milhões de toneladas. Com isso, a percepção de estoques finais caiu no mesmo volume, para 22,96 milhões de toneladas.
No Hemisfério Sul, onde o plantio do cereal está distante, o USDA não fez alterações no quadro do trigo.