A campanha publicitária da empresa NotCo, assinada pela agência David, gerou forte reação de entidades do setor lácteo, que classificaram a ação como um desserviço à sociedade. Segundo nota divulgada nesta segunda-feira (8/7), a peça publicitária associa o consumo de leite a doenças gastrointestinais de forma generalizada, sem qualquer respaldo científico, utilizando linguagem jocosa e recursos visuais que desinformam e incitam o medo.
De acordo com dados divulgados pelas entidades representativas, a produção de leite no Brasil envolve mais de 1 milhão de produtores, com um rebanho de 15,6 milhões de vacas e produção anual de 35 bilhões de litros. O leite é uma das principais fontes de proteína acessível para milhões de brasileiros, sendo reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde como alimento essencial para uma dieta equilibrada.
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A veiculação da campanha “Mamíferos”, da NotCo, provocou indignação no setor produtivo. As peças utilizam elementos da memória afetiva brasileira para atacar o consumo de leite, o que, segundo as entidades, fere o compromisso com a verdade e com a saúde pública. A nota enfatiza que os impactos da campanha vão além das empresas envolvidas, atingindo diretamente produtores, consumidores e todo o ecossistema do leite no país.
A resposta institucional ganhou força com a recomendação do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que, em 4 de julho, determinou a retirada das peças do ar. A decisão do Conar reforça a crítica de que a publicidade veiculada não apenas falta com a verdade, mas também promove desinformação com potencial de gerar prejuízos econômicos e sociais.
As entidades exigem a retirada imediata da campanha de todas as plataformas digitais, em conformidade com a legislação que combate a disseminação de fake news. Também pedem a responsabilização da empresa pelos danos causados ao setor leiteiro, destacando que a campanha atinge um alimento com alto valor nutricional e fundamental para a segurança alimentar da população brasileira.
A nota é assinada por seis importantes entidades: Abraleite, Viva Lácteos, G-100, ABIQ, ABLV e outras representantes da cadeia produtiva, que reforçam o pedido de providências urgentes para que casos como este não se repitam e para que o respeito à ciência e ao consumidor prevaleça na comunicação comercial.