O mercado de café deverá enfrentar mais um ano de alta volatilidade em 2026, impulsionado por estoques globais reduzidos e incertezas climáticas, segundo dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Com a safra do Vietnã em andamento, mas ainda sem aliviar o cenário de oferta restrita, os preços tendem a permanecer em patamares elevados, conforme verificado no segundo semestre de 2025. De acordo com o Cepea, mesmo diante de sinais de desaceleração no consumo interno e externo, a escassez de produto continuará exercendo forte influência sobre as cotações.
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A sustentação nos preços deve se prolongar até que haja maior clareza sobre dois fatores-chave: o enchimento dos grãos e o desempenho do último terço da colheita brasileira. A definição desses pontos será essencial para avaliações mais precisas sobre oferta e demanda, e para orientar a formação de preços no segundo semestre de 2026.
No Brasil, as expectativas estão mais positivas em relação à safra 2026/27, cuja colheita se inicia majoritariamente após maio. Conforme informações do Cepea, o ciclo atual ocorre sob condições climáticas mais favoráveis do que em anos anteriores, o que pode representar um ponto de virada após cerca de cinco safras marcadas por adversidades climáticas severas.
Além disso, o ciclo 2026/27 será marcado pela bienalidade positiva, fenômeno típico da cultura do café que alterna anos de alta e baixa produtividade. Essa condição, somada ao clima mais estável, fortalece o otimismo entre os produtores e abre espaço para uma recuperação mais significativa do parque cafeeiro nacional.
As primeiras projeções de consultorias privadas indicam uma produção superior a 70 milhões de sacas, considerando o bom desempenho tanto do arábica quanto do robusta. Esse volume, se confirmado, poderá representar uma das maiores safras brasileiras da história.
No entanto, os efeitos dessa possível recuperação ainda não se refletem nas exportações da temporada 2025/26, que devem encerrar com volume abaixo das médias anteriores. A menor oferta e a baixa disponibilidade de café para comercialização limitam os embarques e reforçam a pressão de preços no mercado internacional.















