Os rumores que tomaram conta do mercado de soja se confirmaram nesta terça-feira (18/11). O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou a venda de 792 mil toneladas do grão americano ao país asiático.
Agora, os chineses já adquiriram pouco mais de 1 milhão de toneladas dos Estados Unidos após os presidentes dos dois países negociarem um acordo no fim de outubro. Na ocasião, o presidente dos EUA, Donald Trump, informou que os chineses poderiam comprar até 12 milhões de toneladas de soja em 2025. A China, por sua vez, não deu indícios de quanto iria importar, o que pode frustrar os planos de Trump, como avalia Raphael Mandarino, diretor da AgResource.
“Primeiro, ele [Trump] disse que a meta era negociar as 12 milhões de toneladas até o fim do ano. Agora, ele informou que esse volume pode ser negociado entre maio e junho de 2026. Se for isso mesmo, como ficariam as 25 milhões de toneladas que seriam vendidas à China anualmente? Em que período elas seriam negociadas?”, questiona.
Mandarino ressalta que novos anúncios de compra de soja americana por parte da China devem acontecer nesta semana, que devem somar vendas totais de 2 milhões de toneladas. No entanto, ele lembra que a safra brasileira logo estará disponível no mercado, o que deve reduzir o apetite chinês pelo grão americano.
“É importante lembrar que comprar é diferente de embarcar. Essa venda comunicada hoje pelo USDA [de 792 mil toneladas] só será enviada ao mercado chinês no final de dezembro. Acontece que a soja americana tem uma concorrência muito forte com o produto do Brasil, que em janeiro já terá a nova safra colhida, e deve oferecer preços mais competitivos até junho de 2026”.

















