O avanço silencioso dos bionematicidas redefiniu o manejo de nematoides no país e consolidou uma mudança estrutural no controle desses parasitas. Segundo Tiago Zucchi, fundador da Mavez Assessoria, o cenário de perdas superiores a 6,5 bilhões de dólares por ano no agro brasileiro, sendo mais de 3 bilhões apenas na soja, abriu espaço para soluções biológicas que já deixaram de ser tratadas como tendência. A limitação das opções químicas favoreceu a adoção de tecnologias microbianas que hoje colocam o Brasil como referência internacional.
O país opera atualmente com 47 bionematicidas registrados, desenvolvidos a partir de 11 microrganismos. Os biológicos representam 82% do mercado de nematicidas e alcançam 90% da área de soja, sustentados por mecanismos que incluem parasitismo, antibiose, barreiras físico-químicas, indução de resistência e alterações nos exsudatos radiculares. Esses modos de ação ampliam o desempenho no solo e preenchem lacunas deixadas pelas 12 moléculas químicas disponíveis.
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Bactérias do gênero Bacillus aparecem em quase 60% das formulações e exercem funções combinadas que envolvem barreira contra penetração, toxinas para J2, indução de resistência e promoção de crescimento. Fungos como Purpureocillium lilacinum e Pochonia chlamydosporia contribuem com atuação direta sobre ovos e fêmeas sedentárias, apoiados em forte atividade enzimática e boa adaptação a áreas com cobertura vegetal.
Apesar do avanço, o uso inadequado ainda compromete resultados. Falhas de posicionamento, produtos clandestinos e expectativas de ação química reduzem a eficiência. As orientações de Zucchi apontam que protocolos integrando tratamento de sementes, aplicações em sulco, cobertura vegetal e adequações ao clima do Cerrado elevam o potencial dessas soluções, que já compõem a base do manejo moderno no campo.
















