Os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negaram a anulação da sentença de Edgar Ricardo de Oliveira, condenado a 136 anos de prisão por executar sete pessoas em Sinop (500 km de Cuiabá), incluindo uma menina de 12 anos em um bar no Carnaval de 2023. O assassino foi condenado pelo Tribunal do Júri em outubro de 2024 e está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE).
A defesa de Edgar argumentou, para pedir a anulação do processo, que a transmissão virtual do julgamento teria comprometido a incomunicabilidade das testemunhas, além do fato de que, como o crime teve ampla repercussão o que teria prejudicado sua defesa. Também foi questionado o reconhecimento das qualificadoras pelo júri.
No entanto, o relator Wesley Sanchez Lacerda assegurou que a transmissão não causou prejuízo e que as qualificadoras foram confirmadas pelas provas apresentadas pela acusação, inclusive pela filmagem do estabelecimento, que registrou toda a ação.
No entanto, os desembargadores seguiram o voto do relator e anularam o pagamento de R$ 200 mil aos familiares da vítima. A decisão é da última terça-feira (27) e foi transmitida ao vivo pelo canal do TJ.
O CRIME
Em 21 de fevereiro de 2023, Edgar e seu comparsa, Ezequias Ribeiro, estavam em um bar do município jogando sinuca. Após uma série de derrotas, ambos realizaram um ataque a tiros que deixou sete mortos, incluindo uma criança de 12 anos.
Ezequias morreu em confronto com a Polícia Militar durante a busca pelos criminosos, enquanto Edgar se entregou posteriormente, orientado por seu advogado na época, Marcos Vinicius Borges, conhecido como "advogado ostentação", que mais tarde deixou o caso.
Durante o julgamento no Tribunal do Júri, no dia 15 de outubro de 2024, Edgar alegou ter usado cocaína antes da chacina e afirmou que uma das vítimas estaria tramando contra ele, instalando um programa espião em seu celular.