O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves é suspeito de continuar negociando venda de sentenças mesmo estando em prisão domiciliar em Primavera do Leste (238 km de Cuiabá) devido ao seu frágil estado de saúde. É o que aponta a Polícia Federal (PF), que deflagrou uma nova fase da Operação Sisamnes nesta sexta-feira (3), em Cuiabá. As informações são da revista Piauí.
A operação está sob sigilo por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin. Gonçalves havia obtido a prisão domiciliar há três meses por uma autorização do próprio Zanin. Durante o tempo em que esteve preso, Andreson perdeu mais de 30% de sua massa corporal desde sua prisão, quando pesava 93 quilos e passou a apresentar quadros graves de desnutrição, depressão e pensamentos suicidas.
As investigações, que se aprofundaram após a análise do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, revelaram que Gonçalves era o centro de um complexo esquema. Ele supostamente intermediava votos de ministros, vazava decisões e subornava magistrados com pagamentos milionários. Sua empresa, Florais Transportes, é apontada como a responsável por distribuir propinas em Mato Grosso.
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A nova ofensiva da PF levanta a questão de se o silêncio de Gonçalves, que se apresentava como advogado com uma falsa carteira da OAB do Pará era apenas uma fachada. O caso também expôs a vulnerabilidade do Superior Tribunal de Justiça (STJ), com indícios de que minutas de decisões circulavam fora da corte.
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