A advogada Karyme Pedrosa, especialista em Direito Previdenciário, disse ao HNT TV que as associações que aplicaram golpes em aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), caso que ficou conhecido como o "escândalo do INSS", iniciaram o maior volume de descontos em fevereiro, mês que o governo federal faz o reajuste do salário mínimo e, como os valores debitados eram baixos, variando de R$ 40,00 a R$ 80,00 acabariam passando desapercebidos. A estratégia prosperou. Entre os anos 2019 e 2024, os criminosos faturaram R$ 6,3 bilhões.
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Karyme afirmou ao podcast que três dos seus clientes foram vítimas, mas a advogada acredita que a tendência é que o número aumente. O INSS confirmou que 1,8 milhão de beneficiários relataram que estão entre os lesados. No entanto, o órgão estima que o contingente se aproxime de 9 milhões.
"De semana passada pra cá, foi identificado que dos cinco clientes que ligaram, três foram vítimas. E começou em fevereiro que é quando tem esse reajuste", falou a advogada.
O ano de 2024 foi determinante para a Polícia Federal abrir um inquérito para investigar as denúncias de descontos ilícitos ligados a associações. O INSS recebeu 742,3 mil pedidos de cancelamento de mensalidades. Os investigadores seguiram os rastros da quadrilha e identificaram que eles obtinham os dados pessoais dos beneficiários, fraudavam assinaturas e iniciavam os descontos.
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"Eles acham que vai passar despercebido", disparou a advogada. "Mas o histórico de pagamento, ele é bem claro. Qualquer desconto ali, imposto de renda, tudo, tá bem claro ali o desconto. Empréstimo consignado, inclusive, todos a pessoa fica ali constando certinho. Esses descontos associativos que a gente menciona, eles estão discriminados ali. Inclusive, esse documento, que é o histórico de pagamento, ele é necessário a pessoa ter, caso depois, futuramente, for necessário entrar judicialmente, vai ser dali que vai se comprovar certinho os valores descontados", finalizou.
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