João Gustavo Ricci Volpato, apontado como líder de um sofisticado esquema de fraude no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), escreveu à mão uma declaração na qual assume ser o único responsável pela gestão das empresas investigadas. Ele isenta a mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, de 75 anos, e o irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato, de qualquer envolvimento no caso, relacionada a fraudes que causaram um prejuízo estimado em R$ 21 milhões aos cofres públicos.
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A carta isentando mãe e irmão foi escrita, datada e assinada por suspeito no dia da prisão.
A carta foi assinada na quarta-feira (30), mesma data da deflagração da Operação Sepulcro Caiado, que cumpriu 11 mandados de prisão, 22 de busca e apreensão e bloqueios judiciais em Mato Grosso e São Paulo.
A Polícia Civil e o TJMT identificaram um grupo que simulava execuções de dívidas falsas, utilizando comprovantes forjados para levantar valores de depósitos judiciais.
Apesar da declaração de João Gustavo, as investigações apontam que tanto a mãe quanto o irmão aparecem como sócios das empresas Labor Fomento Mercantil Ltda - ME e RV Empresa de Cobrança Ltda - ME, utilizadas no suposto esquema de lavagem de dinheiro.
Ambos teriam se beneficiado de movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada, com transferências milionárias entre os familiares e as empresas. Relatórios do COAF e análises bancárias mostram que Augusto movimentou cerca de R$ 10 milhões em dois anos, mesmo declarando renda inferior a R$ 70 mil anuais.
Já Luiza movimentou mais de R$ 2 milhões em apenas seis meses de 2022, recebendo valores significativos dos filhos. O esquema, segundo as investigações, consistia em acionar judicialmente vítimas com dívidas fictícias, em conluio com advogados e servidores, para desviar recursos via alvarás judiciais.
Além de lavagem de dinheiro, o grupo é acusado de falsidade ideológica, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
A operação segue em andamento, com bloqueio de bens e sequestro de 18 veículos e 48 imóveis.